O porãozinho do Columbia, que abrigou o primeiro afterhours semanal do país, inaugurou como Velvet Underground. O projeto, sem programação muito definida, nunca chegou a dar dinheiro, nem muito público. O dono do clube, Ângelo Leuzzi, chamou então o promoter Pil Marques para repaginar o Velvet. Assim nasceu o Hell’s Club, o inferninho do tecno que mudou a vida de muita gente.
Para muita gente, a música para dançar se divide em aH/dH – antes do Hell’s e depois do Hell’s. Exagero? Nem tanto. Com um pouco de contextualização dá para entender.
Em 1994, ano em que o Hell’s foi inaugurado, São Paulo estava ardendo por novidades. Vários clubinhos movimentavam a vida das pessoas, que ainda estavam deslumbradas com a chegada do ecstasy. Quando o Hell’s surgiu, foi como se dissessem para essa gente: “A noite agora não acaba mais”. Era tudo o que aquele povo cheio de energia queria e tudo de que precisava.
Mais de 15 anos se passaram desde as primeiras manhãs lotadas de gente “esquisita” dançando de óculos escuros. O Hell’s virou sinônimo de jaca, afinal, quem vara a noite, ou melhor, a manhã num clube quer mais é se divertir. Para celebrar esses 15 anos, o promoter e DJ Pil Marques armou o lançamento de dois DVDs comemorativos: um DJ/VJ set com a cara do Hell’s e, ainda em fase de finalização, um documentário contando a história da festa. Com a palavra, o cara que fez o povo sair de casa pra dançar levando óculos escuros na bolsa.