Por Rodolfo Conceição
Foto de abertura: divulgação
Você pode até nunca ter ouvido falar no seu nome, mas John Saunderson é uma lenda dos bastidores do music business. Paralelamente a uma invejável carreira como DJ que o levou a tocar nos maiores clubes de Londres e até sair em turnê com o duo WHAM! em turnê mundial em 1985, ele também construiu uma trajetória sólida por trás das cortinas.
Depois de ser diretor geral da DMC (marca por trás do surgimento da Mixmag britânica e pelo campeonato mundial de DJs organizado em parceria com a Technics) por 25 anos, desenvolveu um apurado faro para novos talentos.
Hoje, desenvolvendo um trabalho primoroso com cantores/compositores de dance music com o selo Ostereo, Saunderson tem um elenco promissor de artistas, os quais ele trata com todo o carinho. Seria essa a fórmula do seu sucesso? Confira abaixo uma entrevista completa com essa lenda da música eletrônica britânica.
HM – Antes de mais nada, é uma honra falar com você, John. Além de uma ótima carreira como DJ, você também tem um trabalho invejável nos bastidores do mundo da música. Para quem não te conhece, dê suas credenciais e fale um pouco mais sobre o que você faz hoje.
Ótimo conversar com você. Sim, tive uma carreira muito boa de 40 anos como DJ. Toquei em todos os grandes clubes de Londres, incluindo The Hippodrome, Camden Palace, KOKO, Limelight, Equinox, Ministry of Sound e muitos outros. Eu só parei de discotecar aos 59 anos de idade porque contrai um câncer fatal (está tudo bem… eu chutei seu traseiro). Durante todo esse tempo, mantive um `trabalho diurno`. 25 anos na DMC como General Manager (Mixmag, DMC/Technics World DJ Championships etc). 15 anos na Notting Hill Music Publishers e agora 18 meses na Ostereo.
HM – Você trabalha com ótimos artistas, não só de DJs e produtores, mas também de cantores/compositores. Como você descobre os artistas com quem trabalha? O que você procura quando vai conhecer um novo artista?
Sim, estou muito entusiasmado com minha lista de gerenciamento. Eu gerencio 16 DJs, produtores, cantores e compositores. Todos eles estão indo extremamente bem e muitos estão assinados com gravadoras. Eu encontro meus clientes de várias maneiras. Por exemplo, eu assinei Dizzee Rascal por meio de uma recomendação do meu filho Dan, que é booker. Todos nós tínhamos ouvido “Boy In The Corner”, que foi excelente, mas Dan me disse que sua collab “Dance With Me” com Calvin Harris seria um grande sucesso. Eu me encontrei com Dizz e seu empresário Nick e o contratei imediatamente. Seis músicas no número #1 mais tarde.
Dizzee Rascal – Foto: divulgação
Além disso, quando você está por aí há tanto tempo quanto eu, os artistas vêem minha ética de trabalho e vêm até mim. Isso NÃO PODE ser um trabalho normal. É um estilo de vida para mim. Eu acordo com música, ouço música o dia todo e vou para a cama com música. A principal coisa que procuro em um artista não é o talento óbvio que é necessário, mas o mais importante é que eles precisam ser uma `boa pessoa`. Estes artistas representarão minha empresa em todo o mundo. Nunca mais quero receber uma ligação dizendo que meu cliente é um `idiota`. Trato todos os meus clientes como família. Estou disponível para eles 24/7.
HM – E de todo esse universo de artistas com quem você trabalhou, quem é que você mais se orgulha de ter lançado ou trabalhado? E que artista talentoso você gostaria de contratar?
Acho que o artista que mais me orgulho de assinar é Dizzee Rascal. O momento de maior orgulho foi estar no Pyramid Stage com ele em Glastonbury. Só de estar lá enquanto ele tocava “Bonkers” na frente de 100 mil pessoas pulando para cima e para baixo foi um momento decisivo para mim. É claro que eu tenho orgulho de ser o `louco da metanfetamina’ em seu vídeo “Holiday”. Goldie e eu organizamos a festa do vídeo em Ibiza. Dê uma olhada (mas não muito perto!).
EU AMO contratar pessoas como Harrison. É ótimo estar nessa jornada desde o início e vê-los crescer, amadurecer e aperfeiçoar sua arte.
HM – Você tem um trabalho especial com cantores de dance music e, olhando seus resultados, parece ter desenvolvido uma fórmula para o sucesso. Como é trabalhar especificamente com esses cantores/compositores?
Durante a pandemia foi tão difícil organizar sessões de estúdio ‘cara a cara’, mas devo dizer que concentrou TODOS os meus produtores e cantores em aumentar sua carga de trabalho. Sem DJs ou shows ao vivo, eles têm tempo para se concentrarem na música. Como empresa, os clientes da Ostereo Management garantiram mais de 75 lançamentos de discos em seis meses em selos como Universal (Berlim), Warner (Berlim), Ultra, Defected, Perfect Havoc, Newstate, Disco Wax / One Seven, Litunania HQ, B1, Loudkult e muitos outros.
HM – Muita coisa mudou no cenário da música eletrônica nas últimas quatro décadas. Por exemplo, qual a diferença na percepção do público sobre o DJ na época em que você fazia parte da Make It Big Tour com o WHAM! em 1985 e agora com todos esses DJs superestrelas?
Em 1985, quando eu era o DJ de suporte do WHAM! as coisas da turnê eram muito diferentes. Naquela época, a gente era DJs ‘falantes’. Deixar a multidão `empolgada` no microfone. Também tínhamos que carregar até seis enormes caixas de discos de vinil de 12″ e não 2 x memory sticks. Naquela época, eu tocava como DJ 11 noites por semana e fazia um programa de rádio em uma estação local. Tivemos sorte de conseguir £ 50,00 por noite. Agora o `DJ superstar` pode ganhar 10, senão 100 mil libras. Ganhei o prêmio de DJ Internacional do Ano em 1989 (sim, eu sei, você nem era nascido na época, certo?). Toquei como DJ nos MAIORES e MELHORES clubes no Reino Unido e adorei cada minuto.
WHAM! – Foto: divulgação
HM – A música eletrônica saiu das garagens e armazéns para arenas e festivais e muita coisa mudou, seja na música em si, no público, no artistas. Você acha que o gênero está vivendo seu melhor momento ou você sente falta de algo do passado
Obviamente, vou ser tendencioso. Adorei a música dos anos 80/90/00. Era o que tocava todas as noites. Claro que adoro todos os tipos de música. Para mim, uma boa música é uma boa música, não importa o gênero. Foi incrível para mim ver o DJ que se apresentava em casamentos e pequenos clubes seguir em frente e fazer festivais malucos como Creamfields, Ultra Festival, Untold, EDC, SW4, etc. Eu estava realmente ansioso para ver meu DJ Tom Enzy tocar no Tomorrowland, mas é claro, isso também foi adiado. Vamos dançar novamente!
HM – Depois de grandes crises como a que estamos passando, o setor artístico sempre reagiu com grande euforia e uma explosão de produções que refletiram e até projetaram as mudanças vividas. Como você vê o futuro da música eletrônica após a pandemia? Teremos mudanças profundas neste mercado ou você acha que o retorno dos eventos em breve restabelecerá o status quo que existia antes da pandemia?
Nosso amor pela música NUNCA morrerá. Está em nosso sangue, sob nossa pele e até em nossos batimentos cardíacos. Esta pandemia esmagou o setor de hospitalidade e eventos, mas ela retornará. Você pode imaginar a euforia quando os clubes puderem abrir novamente sem qualquer restrição? Será como sair de um coma.
TUDO ficará melhor, mais brilhante e soará muito mais claro. Os clientes da Ostereo estão recebendo centenas de milhões de streamings. Em parte porque os apaixonados por música estão gastando mais tempo procurando novos produtos e vídeos porque estão presos em casa. Nós evoluímos da partitura para o vinil, para a fita cassete, para o mini-disco para o CD, para fazer o download e depois fazer streaming. Não pense que é aí que a tecnologia vai acabar. Isso seria ingenuidade. Eu dou boas-vindas a toda a tecnologia, ENQUANTO os criadores são devidamente pagos pelo seu trabalho. Se você não começar a pagar o que os compositores valem, não haverá nenhuma música, o que significa que não haverá uma indústria musical. Isso vai ser resolvido. TEM QUE SER.
John Saunderson – Foto: divulgação
HM – O que você diria para quem está começando e quer se destacar nesse cenário pós-pandêmico?
O mesmo de sempre. Mesmo pré-pandemia. Seja original, seja único. Não tente ser o próximo Avicci ou Calvin Harris. Consiga um bom manager que já existe há 40 anos [rs] e conhece todo mundo. Você tem que ter paixão, tenacidade e direção. Ninguém vai lhe dar um sustento em nosso maravilhoso setor. Você tem que ganhar isso. Duas palavras o ajudarão em sua carreira: REDE e COLABORAÇÃO.
HM – Depois de tantos anos trabalhando com música, você provavelmente já viu e passou por quase tudo. Qual foi o momento mais especial da sua carreira até agora? E o que te move para continuar trabalhando neste mercado?
40 anos em uma indústria que amo me ensinaram uma coisa: DESFRUTE DE CADA MINUTO. Tive muita sorte. Já trabalhei para três empresas INDEPENDENTES incríveis. Tive muitos momentos especiais, desde sair como DJ com o WHAM! até estar no palco com as estrelas mundiais.
HM – Olhando para trás, você fez parte de grandes marcas que foram muito importantes para a música eletrônica ser o que é hoje. Do que você mais sente falta da sua era DMC? Como você acha que esse período o influenciou para ser o que é?
Entrei para a DMC como gerente geral em 1985. DMC, Tony e Christine Prince estiveram na vanguarda da transformação do mundo do DJ, levando-os de seus quartos para o palco mundial. Organizei o Campeonato Mundial de DJs da DMC/Technics por décadas. 32 países enviavam seu melhor DJ para disputar o maior prêmio, para se tornar o CAMPEÃO DO MUNDO. Alugamos os melhores locais para eventos do Reino Unido, como Wembley Arena e The Royal Albert Hall. Trouxemos grandes estrelas para se apresentarem nas finais. Whitney Houston, James Brown, Run DMC, Public Enemy, Alexander O`Neal, Janet Jackson e muitos mais. Tive o prazer de conhecer todos eles.
John Saunderson e James Brown – Foto: divulgação
Sou um cara muito sortudo e humilde. Devo meu sucesso agora ao maravilhoso DMC. Após 25 anos, eu precisava de uma mudança e fui para o mundo editorial. Fui chefe de A&R da Notting Hill Music. Trabalhamos com nomes como Dizzee Rascal, Robbie Williams e muitos outros. Agora, eu nunca estive mais feliz. Eu chefio as divisões de Publicação e Gerenciamento da Ostereo. Ambos indo incrivelmente bem, mesmo durante a pandemia
HM – Finalmente, indique alguns artistas, do seu elenco ou não, que você acha que todos ouvirão na volta dos eventos.
OK, é aqui que fica complicado. Eu escolhi a dedo os artistas da minha lista de gestão. Tenho 100% de confiança em cada um deles, então tenho que nomeá-los. Harrison, Tom Enzy, Bluckther, Able Faces, Mosimann, Rion S, Mark Maitland, Sam Welch, Scarlett Quinn, Felix Leiter, Coppa, Josh Stanley, Pete Lee, Phoenix Heru, Konica e Lisa Yatabe. Todos jovens apaixonados que se dedicam 100% à sua arte. Todos desesperados para voltarem a se apresentar ao vivo. Meu trabalho é muito simples. Eu pego seus sonhos e faço tudo ao meu alcance para torná-los realidade.
Interview: John Saunderson and his keen eye for success
You may never have heard his name, but John Saunderson is a legend behind the music business. Alongside an enviable career as a DJ that led him to play in the biggest clubs in London and even go on tour with the duo WHAM! on a world tour in 1985, he also built a solid track record behind the scenes.
After being the General Manager of DMC (brand behind the rise of British Mixmag and the World DJ Championships organized in partnership with Technics) for 25 years, he has developed a keen eye for new talent.
Today, with a unique work with singer/songwriters of dance music under the label Ostereo, Saunderson has a promising roster of artists, whom he treats with all the affection. Was this his formula for success? Check out a complete interview with this British electronic music legend below.
House Mag – In addition to a great career in DJing, you also have an enviable job behind the scenes in the music business. For those who don`t know you, give your credentials and talk a little more about what you do today.
John Saunderson – Great to talk to you. Yes, I had a very good 40 year career as a DJ. I played at all the big clubs in London including The Hippodrome, Camden Palace, KOKO, Limelight, Equinox, Ministry of Sound and many others. I only stopped DJing at 59 years old due to contracting a life threatening cancer (it`s OK… I kicked its ass). During the whole time, holding down a `day job`. 25 years at DMC as General Manager (Mix Mag, DMC/Technics World DJ Championships etc). 15 years at Notting Hill Music Publishers and now 18 months at Ostereo.
HM – You work with a formidable roster, not only of DJs and producers, but also with singers/songwriters. How do you discover the artists you work with? What are you looking for when going to meet a new artist?
I`m very very excited about my Management Roster. I manage 16 DJ/Producers/Singers/Songwriters. All of them are doing extremenly well and most signed to labels. I find my clients in many ways. For example, I signed Dizzee Rascal via a recommendation from my son Dan, who is a booking agent. We had all heard `Boy In The Corner`, which was outstanding but Dan told me that his collab `Dance With Me` with Calvin Harris would crossover big time. I met with Dizz and his manager Nick and signed him straight away. Six No. 1`s later…
Also, when you`ve been around as long as I have, artists see my work ethic and come to me. This CAN`T be a 9-5 job. It`s a way of life to me. I wake up to music… I listen to music all day and I go to bed with music. The main thing I look for in an artist isn`t the obvious talent that`s required but more importantly they have to be a `good person`. This artist will be representing my company all over the world. I never want to receive a call saying my client is a `dick`. I treat everyone of my clients like family. I`m available for them. 24/7.
HM – And out of this entire universe of artists you`ve worked with, who is the artist you`re most proud of having released or worked with? And what talented artist would you like to sign?
I guess the artist I`m most proud of signing is Dizzee Rascal. The proudest moment was standing on the Pyramid Stage with him at Glastonbury. Just to be there while he performed Bonkers in front of 100,000 people jumping up and down was a pivotal moment for me. Of course I was proud to be `speedo mad` in his `Holiday` video. Goldie and I hosted the party in Ibiza for the video. Take a look (but not too close!). And I LOVE signing people like Harrison. It`s great to be on that journey from the start and watch them grow, mature and perfect their art.
HM – You have a special work with singers for dance music and, looking at your results, you seem to have developed a formula for success. How is working specifically with these singers/songwriters?
During the pandemic, it`s been so difficult to organise `face to face` studio sessions but I have to say it has focused ALL of my producers/singers to increase their workload. With no DJing or live shows, it`s given them time to concentrate on the music. As a company, Ostereo Management clients have secured over 75 record releases in six months on labels like Universal (Berlin) Warners (Berlin) Ultra, Defected, Perfect Havoc, Newstate, Disco Wax/One Seven, Litunania HQ, B1, Loudkult and many many more.
HM – A lot has changed in the electronic music scene over the past four decades. For example, what is the difference in the public`s perception of the DJ at the time you were part of the Make It Big Tour with WHAM! in 1985 and now with all these superstar DJs?
Back in 1985 when I was the support DJ on the WHAM! tour things were very very different. Back then we were `talking` DJs, getting the crowd `hyped up` on the microphone. We also had to carry up to 6 huge 12″ vinyl record cases and not 2 x memory sticks. Back then I DJ`d 11 nights a week and did a Radio Show on a local radio station. We were lucky to get £50.00 a night. Now the `superstar DJ` can earn 10`s if not 100`s of thousand pounds. I won International DJ of the Year in 1989 (yes, I know… you weren`t even born then…right?). I DJ`d at the BIGGEST and BEST clubs in the UK and loved every minute of it.
HM – Electronic music has moved from garages and warehouses to arenas and festivals and a lot has changed, whether in the music itself, in the audience, in the artists… Do you think the genre is experiencing its best moment or do you miss something from the past?
Obviously I`m going to be biased. I loved the music from the 80`s/90`s/00`s. That`s what I played every night. Of course I love all kinds of music. For me, a good song is a good song no matter what genre it is. It`s been amazing for me to see the DJ who performed at weddings and small clubs to go on to do the crazy festivals like Creamfields, Ultra Festival, Untold, EDC, SW4 etc. I was really looking forward to seeing my DJ Tom Enzy play at Tomorrowland but of course, that`s been postponed too. We WILL dance again.
HM – After major crises like the one we are going through, the artistic sector has always reacted with great euphoria and an explosion of productions that reflected and even projected the changes experienced. How do you envision the future of electronic music after the pandemic? Will we have deep changes in this market or do you think the return of events will soon re-establish the status quo that existed before the pandemic?
Our love of music will NEVER die. It`s in our blood, under our skin and even in our heartbeat. This pandemic has crushed the hospitality sector but it WILL return. Can you imagine the euphoria when the clubs can open again without any restrictions? It will be like coming out of a coma. EVERYTHING will be better, brighter and sound so much clearer.
Ostereo clients are enjoying 100`s of millions of streams. Partly because music lovers are spending more time searching for new products and videos because they are stuck at home. We have evolved from sheet music to vinyl to cassette to mini disc to CD to download and then streaming. Don`t think that is where technology will end. That would be naive. I welcome all technology SO LONG AS the creators get PROPERLY paid for their work. If you don`t start paying what the writers are worth… there won`t be any songs, which means there won`t be a music industry. It will get sorted out… IT HAS TO.
HM – And what would you say to someone starting out and wanting to stand out in this post-pandemic scenario?
The same as it`s always been. Even pre pandemic. Be original, be unique. Don`t try to be the next Avicci or Calvi Harris. Get yourself a good manager who has been around for 40 years (lol) and knows everyone. You have to have Passion, Tenacity and Drive. No one is going to hand you a living in our wonderful industry. You have to earn it. Two words will help you in your career. NETWORKING and COLLABORATION.
HM – After so long working with music, you`ve probably seen and gone through almost everything. What has been the most special moment in your career so far? And what moves you to continue working in this market?
40 years in an industry I love has taught me one thing. ENJOY EVERY MINUTE. I`ve been extremely lucky. I`ve worked for 3 amazing INDEPENDENT companies. I`ve had many many special moments from DJ`ing for WHAM! to being on stage with the world`s superstars.
HM – Looking back, you were part of big brands that were very important for electronic music to be what it is today. What do you miss the most about your DMC era? How do you think you influenced it to be what it is?
I joined DMC as General Manager in 1985. DMC, Tony & Christine Prince were at the very forefront of the transformation of the DJ world. Taking them out of their bedrooms onto the world wide stage. I organised the DMC/Technics World DJ Championships for decades. 32 countries sending their best DJ to compete for the biggest prize, to become the WORLD CHAMPION. We hired the UK`s best venues like Wembley Arena and The Royal Albert Hall. We flew in massive stars to perform at the finals. Whitney Houston, James Brown, Run DMC, Public Enemy, Alexander O`Neal, Janet Jackson and many many more. I had the pleasure of meeting them all. I`m a very lucky, humble guy. I owe my success now, to the wonderful DMC. After 25 years, I needed a change and went into the Publishing world. I was Head of A&R at Notting Hill Music. We worked with the likes of Dizzee Rascal, Robbie Williams and many others. Now, I`ve never been happier. I head up the Publishing and Management divisions of Ostereo. Both going incredibly well. Even during the pandemic
HM – Finally, nominate some artists, from your cast or not, that you think everyone will hear back from the events.
OK, this is where it gets tricky. I have hand picked the artists on my management roster. I have 100% confidence in every one of them so I have to name them. Harrison, Tom Enzy, Bluckther, Able Faces, Mosimann, Rion S, Mark Maitland, Sam Welch, Scarlett Quinn, Felix Leiter, Coppa, Josh Stanley, Pete Lee, Phoenix Heru, Konica and Lisa Yatabe. All young, passionate people giving 100% to their art. All desperate to get back to the live scene. My job is very very simple. I take their dreams and do all in my power to make them come true.