Foto de abertura: divulgação
Era abril de 2022 quando o Marsellie nascia oficialmente para o mundo. Formado pelos talentosos e experientes Júlio Torres e Sarria, o projeto, que chegou para abrigar uma sonoridade completamente diferente de tudo que ambos haviam feito até então, estreou com pompa, mostrando que vinha para causar impacto.
No palco no Nomad do Festival Surreal, os dois se apresentaram em formatos live e DJ set. Desde então, aliando uma sonoridade formada por melodias progressivas, bases orquestradas, leveza pop, ganchos poderosos e vocais suaves, com um conceito muito poderoso nítido em toda sua comunicação visual, o duo passou o seu primeiro ano fixando sua identidade entre os fãs de música eletrônica pelo Brasil.
Singles foram lançados gradualmente, assim como shows em D-EDGE, Green Valley e São Paulo Fashion Week foram dando fama e repercussão àquele vermelho escarlate intenso e tão característico. Até que no último dia 25, pela sua label Simply Different, Torres e Sarria vieram com o tão aguardado “11:11”, o seu primeiro álbum de estúdio. Ouça aqui.
Produzido ainda durante o período de pandemia e testado em algumas de suas performances, o LP foi cuidadosamente desenvolvido, trazendo uma abordagem musical mais introspectiva, que fosse capaz de transitar entre indie dance, house e pop, e unindo elementos melódicos com ritmos envolventes.
Mas para além disso, por meio de suas 11 faixas, a obra conta uma história contínua e lúdica que engloba ficção científica, viagem no tempo, distopia futurista e numerologia, reforçada tanto pelos videoclipes dirigidos pelo conceituado cineasta mineiro Mess Santos, quanto pelas artes visuais assinadas pelo também mineiro André DaLata.
Essencialmente, “11:11” faz alusão a um portal interdimensional que é capaz de nos transportar para qualquer lugar no espaço-tempo. Esta é a maneira como Júlio e Sarria enxergam a sua arte. Ao mesmo tempo, o álbum ajuda a traçar a própria trajetória da dupla.
“Vivemos um processo distinto na construção de cada música. ‘Who Cares’ foi a primeira que trabalhamos juntos, mesmo antes do Marsellie existir. Foi uma colaboração entre nós, e foi essa música que nos uniu e nos fez idealizar o projeto que existe hoje”, comentam.
Para chegarem ao resultado final, os dois artistas contaram com reforços de peso. O produtor Brian Ortega, por exemplo, contribuiu com gravações percussivas diretamente de seu estúdio em Curitiba. O também produtor Matheus Pinheiro gravou as guitarras, enquanto a mixagem foi assinada pelo talentoso Pedro Chaves — sem falar das cordas de “Take Me Home”, gravadas pela violinista Fernanda Kostchak. Pontes sedimentadas através de anos de trabalho sério na indústria musical, que acabam por dar um toque ainda mais especial ao full length.
Assim, “11:11” termina por fechar um ciclo, que começou antes mesmo da criação do Marsellie, passou pelo seu ano de consolidação e, agora, fecha com chave de ouro, através de sua obra mais significativa e representativa. Qual será a próxima etapa?