Falamos com Trallez sobre os detalhes por trás de “Ritimadinha”, faixa que vem fazendo sucesso internacionalmente

Por Mia Lunis

Foto de abertura: divulgação

O ano começou e com ele seguimos ao ritmo de umas das faixas que bombou nas pistas e tem ganhado cada vez mais público mundo afora. “Ritimadinha” assinada por Trallez, Cla$$ e J Cult, lançada pela gigante Nervous Records, segue agitando a cena e abrindo questionamentos importantes sobre a mistura de vertentes como tech house e funk. Independente do que se venha a pensar sobre, o resultado da faixa só diz uma coisa: sucesso! 

https://open.spotify.com/track/34tNr2DDaA8mvOgIlBiTiC

Sucesso esse que rendeu suportes de peso de medalhões da cena eletrônica como Loco Dice, Tim Baresko e Classmatic, que entregam uma faixa poderosa em seus sets alucinantes. Descrever uma obra que se traduz da parceria entre três artistas de peso não é tarefa fácil, para além disso há de se estar atento ao background de cada artista para entender o que cada um acrescentou como elemento crucial na receita da música. Mas, explicando em poucas palavras chegamos ao swing, vocais marcantes, grooves intensos entre pitadas de tech temperadas com house. 

Agora, queremos saber mais sobre o que está por trás desse misto de sonoridades groovadas e dançantes que enchem as produções de Trallez e conquistam pistas ao redor do globo. Confira a entrevista exclusiva!

HM – Trallez, é um prazer recebê-lo para essa entrevista! A faixa “Ritimadinha” foi lançada em 2022 e segue trazendo o questionamento sobre a junção do funk com a música eletrônica, como você recebe isso?

O funk é música eletrônica, como também é o house, techno, etc. E é muito gostoso encaixar vocais de funk em beats pois eles já vem com um ritmo e energia que parecem que foram feitos para a gente dar aquela sampleada, então, eu já imaginava que em algum momento iria se tornar normal uma quantidade absurda de músicas com samples de funk. A diferença está em nós brasileiros, que já consumimos música assim, então, sabemos como utilizar nas nossas canções.

Infelizmente, quem não gosta são os próprios brasileiros. Eu recebo quase toda semana música de gringo com samples de funk e ajudo eles a traduzir [rs]. Porém, a vida é isso também, nunca vamos agradar a todos e está tudo certo. Quem gosta está desfrutando bastante!

HM – Como se deu o processo criativo da faixa entre você, Cla$$ e J Cult? Conta um pouco sobre a história da faixa

Eu recebi a ideia do Carlão e senti que tinha muito potencial, no entanto, eu estava em uma época muito atribulada e cheio de bloqueios, então, decidi pegar a track para mexer quando eu estivesse melhor e após quatro meses abri o projeto. Coloquei esse vocal que parecia já ter sido feito pra ela e adicionei vários samples de funk para deixar ela com características bem marcantes mesmo. Fizemos no intuito de ser algo único, e realmente é, pois ela tem uma estrutura e arranjos muito diferentes do padrão.

HM – O trio tem um background sonoro de respeito, quais elementos foram utilizados na faixa que traduz melhor a sonoridade de cada um?

Low end, clap, seriedade é muito a cara do Cla$$ & JCult. Eu já faço algo um pouco mais “solto” e não queria que perdesse essa estética deles, pois os caras são muito bons. Eu sempre soube que quando fossemos fazer algo juntos seria incrível, porque gosto muito do trabalho deles. Eu trabalhei a estrutura e adicionei esse vocal que gruda igual chiclete na cabeça [rs], também adicionei muitos samples de funk e etc.

HM – Você tocou a faixa pela primeira vez no Rio de Janeiro, como foi a recepção do público na pista?

Terminei ela com o intuito de cravar meu nome no Rio mesmo, pois sei que lá a estética é um pouco diferente do que produzo e seria a minha primeira apresentação na cidade, ainda por cima em uma big party que foi a Low Game. Foi tiro e queda, peguei o set do Mochakk e ele simplesmente tinha DESTRUÍDO, mandado muito bem, então eu teria que entrar “apelando” [rs]. Foi batata, após terminar o set muita gente veio me pedir o ID dela.

HM – Quais são suas maiores referências sonoras na atualidade?

The Martinez Brothers, Mason Collective, Black Girl / White Girl, Sweely.

HM – Como você recebeu a notícia dos suportes do Loco Dice, Tim Baresko e Classmatic? O que mudou na sua carreira após os suportes?

O do Classmatic foi engraçado, pois todas as músicas que faço eu envio para ele, e essa ele só quis baixar depois de pegarmos uma gig juntos. Na hora que ele viu o estrago que ela fez na Sub Vision ele veio me pedir de vez [rs]. E tudo começou a girar após os suportes constantes dele e do Tim.

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