Por Maria Angélica Parmigiani
Foto de abertura: divulgação
O termo ‘underdog’ traduzido ao pé da letra refere-se a uma pessoa que não é favorecida para vencer ou ser selecionada para alguma coisa. Uma pessoa azarada ou desfavorecida que tem sua capacidade julgada. Mas, eis o pulo do gato: essa vitória improvável está apenas na cabeça de quem julga, logo, essa pessoa pode te surpreender. Ainda na analogia ao nome, dá para entender a mensagem: um núcleo que propaga a cultura de pista em um solo onde esse tipo de som não germina tão facilmente pode ser subestimado. Bom, se essa é a mensagem irônica por trás do nome, não sabemos, mas com certeza eles não vieram para perder.
A crew carioca Underdogs foi idealizada por Rodrigo Morgado e Ricardo Salim e hoje conta também com o DJ e curador Bernardo Campos e outros dois DJs residentes, ICLE e Alan Fack, além de Thiago Freitas que somou forças para conceber a faceta deles enquanto gravadora. Sim, porque inicialmente o núcleo se propôs a propagar essa cultura através de seus eventos desde 2016. E agora, há menos de um ano, como gravadora musical. Diante do desafio de fomentar a cultura de pista na cidade maravilhosa, eles têm explorado em seu catálogo musical o afro house, melodic house, nu disco e puramente house.
Mas, verdade seja dita, muito melhor que apresentá-los por texto, é pela música. Por isso, selecionamos faixas para que você possa conhecer mais sobre o DNA da Underdogs Music. Pega o fone e vem!
“From Lockdown to Relief”: do isolamento social ao alívio, essa é a energia traduzida em música por ICLE, que passou a régua em 2021 com seu EP, o último do ano na gravadora. Com uma atmosfera orgânica, mística e relaxante, esse Downtempo é um convite à despressurização mental.
“Desejo”: aqui, a gente vê Bernardo Campos esmerando-se na sua versão mais deep. O produtor, que também integra o time da Underdogs, criou uma faixa mental, que traz uma fala feminina e jovial em português, abordagem que ele não tem medo de usar em suas criações. Elegante e entorpecente.
“Desejo” (Rick Wade Remix): não poderíamos deixar de fora um dos remixes que faz parte deste mesmo EP, composto por ninguém menos que Rick Wade, um dos maiores representantes do house de Detroit, dono de uma discografia super atemporal que já foi carimbada por Robsoul Recordings e Shall Not Fade. Aqui ele entrega sua releitura apresentando uma vibe que é ao mesmo tempo refrescante e refinada, com uma roupagem disco deliciosa para o single de Bernardo Campos.
“Timale” (Remix KEENE): na repaginação de Timale, faixa originalmente assinada por Morgado, Bruce Leroys e OLVRR, o duo panamenho traz um contraste incrível para a track, que oscila entre camadas orgânicas, synths mais espaciais e seus vocais instigantes.
“Connected”: a faixa assinada por Bernardo Campos, ICLE e Bruce Leroys faz parte do EP de estreia da gravadora e que recebeu também um remix por Tigerskin. Um blend entre o acid, o house e nuances afro house fazem com que a faixa respire a essência do selo.