Por Decio Freitas e Dudu Palandre aka Anhanguera
Foto de abertura: divulgação
Quem um dia já se atreveu a dizer que Detroit não faz house, estava redondamente enganado. A casa do techno também é berço de grandes nomes da house music e Moodymann está aí para provar essa máxima. Hoje trouxemos a figura do mestre Kenny Dixon Jr., o nome por trás deste incrível projeto que marcou o cenário e a história do estilo, de forma seminal.
Foto: divulgação
Com uma discografia extensa dentro de linhas marcadas por grooves suaves e complexos, Moodymann assim como as grandes lendas conterrâneas, iluminou a sombria cidade de Detroit com seus samples dos anos 90 em diante. E não estamos falando de samples de uma maneira convencional, e sim de um encaixe quase indecifrável dentro de melodias estrategicamente arranjadas, que fizeram dele um verdadeiro ícone do Deep House noventista e contemporâneo.
Através da sua primeira coletânea, “Silentintroduction”, podemos captar os primeiros ensaios do artista e que por sua vez estremeceu os houseiros acostumados com os clássicos vindos de Chicago. O álbum é uma compilação dos primeiros lançamentos de Moodymann, lançado pelo selo Planet E. de Carl Craig, em 1997, e até então, o artista havia lançado as faixas do álbum em forma de EPs e singles, através de sua própria gravadora, a KDJ.
O disco apresenta dez faixas, entre elas a clássica “I Can’t Kick This Feeling When It Hits”, que traz um arranjo muito simples a um primeiro olhar, porém, com uma abordagem solar, crescente e suavemente dançante que rompe as limitações da era da discoteca e avança através dos ares contemporâneos de pista, trazendo uma atemporalidade singular.
Claro que não estamos aqui para determinar cegamente que este é o melhor álbum de Moodymann, até porque seria uma tarefa extremamente difícil eleger apenas um vencedor, quando nos deparamos com discos como Black Mahogani, Mahogany Brown e Silence In The Secret Garden. Porém, “Silentintroduction” define um novo paradigma para o cenário house vigente nos anos 90. Ali estava o florescimento de uma grande lenda viva, que ao passar de quase três décadas, não deixou dúvidas de sua genialidade.
Nesses mais de 15 anos de Anhanguera, colocamos Moodymann pra rodar incontáveis vezes e dentre as nossas favoritas não podemos deixar de citar: “Don’t You Want My Love”, “Black Mahogani”, “Lyk U Use 2”.Moodymann é e continuará sendo uma referência para nós e tantos outros artistas da cena.