Por: Bruno Cintra
Foto de abertura: divulgação
Posicionamento é algo polêmico na indústria da música. Se posicionar ou não se posicionar – muitos artistas têm medo de fechar portas, outros de não saber o que falar. Mas a verdade é que não tem nada mais libertador do que lutar pela causa em que se acredita. Estamos na Terra para cumprir nossos propósitos.
Além disso, não é de hoje que os DJs viraram grandes estrelas. Alguns dos principais astros da indústria do entretenimento, bem como dos nomes que figuram nas listas de celebridades mais ricas do planeta, são disc-jóqueis. E alguns deles usam de suas respectivas popularidades e gordas contas bancárias para defender causas importantes, que estão diretamente ligadas ao seu posicionamento e o que eles acreditam como pessoas.
Pensando nisso, listamos abaixo sete nomes bem conhecidos por promover causas sociais que acreditam.
1. Alok: Indígenas
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Membro da família que criou o Universo Paralello, natural que Alok não apenas se tornasse DJ, como também abraçasse a causa indígena.
Como o disc-jóquei mais popular do país, Alok usou de sua popularidade para várias iniciativas humanitárias, mas sua relação com os povos originários sempre falou mais forte. Chegou a participar de atos e discursos em Brasília, fazer músicas, anunciar um álbum com participações de artistas indígenas e se apresentar com eles na ONU.
Na última semana, inclusive, o Estadão revelou que ele será premiado em Cannes por esse ativismo.
2. Moby: Veganismo
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Com mais de 30 anos de carreira, o americano Moby é um DJ e produtor musical conhecido por seu ativismo em diversas causas, sendo a do veganismo, a mais forte delas — chegando ao ponto de estar tatuada de forma bem chamativa em seu pescoço.
Militante fervoroso pelos direitos dos animais desde os anos 90, o tema apareceu inúmeras vezes em sua arte — desde um álbum batizado literalmente de “Animal Rights”, em 1996, a inúmeros outros singles e videoclipes.
O artista também já emprestou sua voz para campanhas de ONGs como PETA e Humane Society International, e, no começo deste ano, lançou o documentário “Punk Rock Vegan Movie”, que conta a história de como o movimento punk se tornou um terreno fértil para disseminação do veganismo.
3. Black Coffee – Educação
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Grande expoente da afro-house, Black Coffee também tem um forte lado de ativismo social. O DJ sul-africano é um defensor dos direitos das crianças, e, desde 2010, através de sua Black Coffee Foundation, vem arrecadando fundos para ajudar na educação, independência e integração social de comunidades desfavorecidas em sua nação de origem.
Ao lado de outros dois nomes fortes da indústria criativa da África do Sul, Laduma Ngxokolo e Nelson Makamo, ele fundou em 2021 a FAM Academy, escola para encontrar e lapidar talentos criativos do país.
Além disso, ele foi reconhecido pela entidade filantrópica americana, a Fundação das Nações Unidas, por seus esforços na luta contra a Covid-19.
4. Annie Mac – Feminismo
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Uma das radialistas mais famosas e prestigiadas do mundo, a DJ irlandesa Annie Mac usa sua plataforma para promover a igualdade de gênero na indústria da música.
Ela é uma defensora do empoderamento feminino, e vem de uma longa trajetória destacando e apoiando talentosas artistas mulheres em seus programas de rádio e eventos — sobretudo em seus anos dourados de BBC Radio 1.
Em 2014, época em que o debate das mulheres na cena eletrônica ainda engatinhava, ela chegou a publicar, em artigo para a Vice: “Chega de me perguntar sobre ser [uma artista] mulher”, no qual criticava as perguntas repetitivas em relação a gênero que recebia em suas entrevistas.
5. Diplo: Educação musical
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Outro DJ e produtor musical extremamente popular e conhecido por apoiar diversas causas é Diplo. Dentre elas, podemos destacar a educação musical, que vem sendo promovida formalmente desde 2007 através da Heaps Decent — ONG australiana, fundada pelo astro americano ao lado da DJ e produtora Nina Las Vegas e do produtor Andrew Levins.
A Heaps Decent tem como objetivo fornecer acesso a programas de música e produção audiovisual para jovens em comunidades carentes, já tendo atuado em colaboração com escolas, comunidades indígenas e centros comunitários do mundo todo — incluindo países como Índia, África do Sul e Filipinas, além da própria Austrália.
A organização, portanto, vem há mais de 15 anos ajudando jovens desfavorecidos a explorar sua criatividade e desenvolver habilidades musicais, e tem sido amplamente reconhecida por seu trabalho transformador.
6. Paul Van Dyk: Educação
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Outro ícone da dance music, o holandês Paul Van Dyk é um defensor do acesso à educação, e há muitos anos vem apoiando organizações que trabalham para fornecer educação de qualidade para crianças ao redor do mundo.
Ele também está envolvido em iniciativas de combate à fome e pobreza, e tem usado sua voz para protestar contra guerras, como a do Iraque e do Afeganistão.
7. Steve Aoki: Saúde
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Em 2012, Steve Aoki fundou a Aoki Foundation, que é comprometida com o desenvolvimento e a conscientização sobre a saúde do cérebro. A organização tem trabalhado com pesquisas, descobertas e novas terapias que, segundo eles, ajudarão a definir o futuro da longevidade, incluindo doenças neurodegenerativas, medicina regenerativa e terapia gênica.
Através de entrevistas curtas gravadas e lançadas pela plataforma, o DJ busca dar visibilidade ao tema e inspirar outras pessoas a se envolverem com ele.
Que outros artistas você conhece que também não têm medo de se posicionar?