Por Marllon Eduardo Gauche
Foto de abertura:
“Chegar ao topo não é fácil, mas se manter é ainda mais difícil”. Essa é uma frase que pode muito bem ser aplicada à realidade de Renato Ratier; afinal, se pensarmos na evolução da cena eletrônica underground dos últimos 20 anos, aqui no Brasil, ele é um dos que mais colaborou neste processo e um dos poucos que mantém sua participação ativa até hoje.
Ratier não é aquele artista que do dia para a noite alcançou milhões de streamings ou que passa por um hype momentâneo. Muito pelo contrário, seu reconhecimento foi construído gradativamente ao longo de 27 anos de carreira e se firma até hoje pelo legado deixado através de tantas iniciativas idealizadas, ajudando a fazer do Brasil um dos pólos da música eletrônica a nível global.
Se há 23 anos o D-Edge foi um marco na cena brasileira quando surgiu, em Campo Grande-MS e se estabelecendo a partir de 2003 em São Paulo, a história não foi diferente com a inauguração do Surreal Park, em Camboriú-SC. De um lado, uma pista tecnológica com som e leds em sincronia que ganhou destaque internacional por sua arquitetura moderna e arrojada; de outro, um parque em meio à natureza com caráter modulável e quatro pistas distintas capazes de criar diferentes atmosferas, das mais sombrias às mais vibrantes. Uma prova de que Renato Ratier não perdeu seu afinco pela inovação, algo que devemos ver em breve novamente com a reinauguração do Centro Cultural D-Edge Rio (CCDR).
D-Edge e Surreal Park. Divulgação
Mas entre ideias que borbulham e turnês que cruzam o Brasil e os oceanos, ele ainda tem encontrado um tempo para mostrar seu lado como produtor musical. Neste ano, lançou um remix para “youANDme”, pela Rotary Cocktail Recordings, apresentou “Brisa”, pela D-Edge Records (recebendo remixes de Binaryh e Hopper), colaborou com Fractall em “Cosmos”, pela Klandestine Music, e mais recentemente soltou um EP autoral de três faixas nomeado “Água Viva”. Se analisados em separado, cada trabalho tem uma estética bem específica, mas se observados juntos, mostram a flexibilidade e a facilidade que Renato tem em visitar diferentes estilos, do dub techno ao melodic, do minimal ao house, sempre com um ar mais “clássico” presente nas notas.
Vale lembrar que pela frente Renato encara alguns compromissos importantes, como presença no retorno do Tomorrowland ao Brasil, que rola em outubro. Expectativas não faltam para ver tudo o que este brilhante artista e empreendedor ainda pode e deverá fazer pela nossa cena.
Em agosto, ele parte para mais uma tour internacional, confira as datas:
27 agosto -cocoon, Loutraki – Grécia
1 Setembro – Nor Club, Rhodes – Grécia
3 Setembro – Pyramid- club Amnesia- Ibiza – Espanha
10 Setembro- Dedge tour – Pacha – Barcelona- Espanha