Por Rodrigo Airaf
Conquistar espaço, estabilizá-lo e depois abrir espaços. É este um dos caminhos mais comuns entre artistas de dance music. Em determinado momento, também de maneira natural, tivemos alguns poucos expoentes de determinadas cenas. Mas o som, as possibilidades, a conectividade do mundo foi crescendo e hoje temos muito mais líderes que aproveitam sua visibilidade para apoiar novas promessas discotecárias.
Os DJs e produtores Victor Lou, Visage Music e Alfrexx uniram-se em torno desta premissa e, junto ao manager Douglas Assis, criaram a gravadora Blackartel. Criando oportunidades para talentos da house music, seguem entregando, como eles mesmos dizem, faixas “calmas como bombas” desde 2019.
“Ter uma gravadora para dar lugar ao nosso estilo era um objetivo concreto entre o Victor Lou e o Visage. O Alfrexx, por coincidência, tinha acabado de abrir uma label com o mesmo propósito e nos convidou para trabalharmos juntos, nos reunimos por muitos meses até termos tudo estruturado”, contou Douglas.
Em seu ano inaugural, o selo já tinha chegado com tudo no cenário; seu primeiro lançamento, “The Underground”, do Flux Zone, é até hoje um dos principais sucessos do artista e da label. Depois disso e até os dias de hoje, mais 40 releases tomaram forma, apresentando nomes que vão de Hoost e Gloovez a Sterium e Malive; sempre, é claro, com os fortes grooves característicos da nova geração tech house brasileira.
A identidade visual dos lançamentos também é algo que chama a atenção. Em constante renovação, as capas dos EPs já tiveram padrão de doodles em vinil, imagens cartunizadas dos artistas e, agora, em 2022, a irreverente paródia de pinturas renascentistas em que os personagens são DJs, usam balaclava e óculos de rave. Tal irreverência também se estende ao restante da comunicação da label, sempre em dia com a juventude clubber.
“O material gráfico atual representa muito o nosso estilo. A nossa identidade foi feita para consolidar o que buscamos. Ainda em 2022, estaremos expandindo a nossa marca e realizando sonhos que, há três anos, eram inalcançáveis. E, o melhor, é que traremos os artistas que nos apoiam junto conosco – a Blackartel é regida por esse propósito – valorização”, reforça Douglas.
Alguns destaques na história da label são “So Many People”, do Mochakk, “No No No”, do Cour T e, claro, lançamentos dos headlabels, entre eles “Lambada” (Victor Lou), “Sereno” (Visage Music), e “Crossmind” (Alfrexx). A última faixa do selo é “Party People”, novamente recebendo a assinatura de Visage.
O time também deixa bem claro que, apesar de parecer que existe um tipo de som “X” para ser aceito, o que querem de verdade é a originalidade. “Buscamos um artista que apresente algo único e distinto, a questão de qualidade nos encarregamos de contribuir com o que temos de melhor, desde que a ideia seja autêntica e a vibe contagiante. Então, mais vale uma boa ideia com uma rough mix do que uma má ideia masterizada”, explica a crew.
Com isso, estão atrás de produtores que busquem transmitir um sentimento especial através da música, com foco na criatividade e na expressão: “se você tem isso, tem todo o nosso apoio, não se preocupe com o resto”.
Demos podem ser enviadas para o e-mail: demos@blackartelrec.com
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