Por redação
Foto de abertura: divulgação
Março carrega duas datas especiais logo nas suas primeiras semanas: o Dia Internacional da Mulher, no dia 8, e o Dia Internacional do DJ logo no dia seguinte, 9 de março. Para comemorar essas duas datas, tivemos o prazer de conversar com uma figura da cena eletrônica brasileira que representa essas duas celebrações: Paula Miranda.
Foto: divulgação
A mineira, além de ser uma importante figura na música eletrônica do país, está nas duas pontas do negócio: tanto na artística, como DJ e produtora artística do renomado Privilège Búzios, quanto na empresarial, como gerente de desenvolvimento do clube carioca e manager de artistas.
A história da DJ e empresária está intimamente ligada com o grupo Privilège, pois antes mesmo de entrar para a indústria, ela já era frequentadora assídua das noites do Privilège de Juiz de Fora. Com mais de 20 anos de história, o grupo é dono de grandes clubes em todo o país, com início em 1999, com sua primeira unidade em Juiz de Fora, local onde Paula começou a trabalhar como hostess e depois como produtora durante o dia e gerente operacional durante a noite. Quatro anos depois surgiu o Privilège Búzios, onde nossa entrevistada trabalha atualmente como gerente de desenvolvimento e curadora artística.
Em 2014, o conceito Privilège de noite chegou ao sul com sua unidade no município festeiro de Xangri-lá (RS). E, provando que o grupo pretende dominar o Brasil levando boa música aos quatro cantos do país, em fevereiro deste ano ocorreu a inauguração do Privilège Vitória (ES). Para além de levar experiências de qualidade para seus clientes, o grupo preza pela altíssima qualidade da música que apresenta, o que resulta em uma lista impressionante de atrações ao longo dos anos, como: Kaskade, Ja-Rule, Alok, Gabriel O Pensador, Carl Cox, Steve Angello, Vintage Culture, Solomun, Chemical Surf e muitos outros.
Foto: divulgação
Miranda acompanhou de perto toda essa história e, mais do que isso, ajudou a construí-la. Na cena há mais de 15 anos, ela é formada em Administração de Empresas e Produção de Moda e era dona de uma confecção de roupas infantis, à qual se dedicava de segunda à sexta e aos finais de semana trabalhava como hostess freela no Privilège Búzios. Em 2008, ela tomou o passo de dedicar-se 100% à música eletrônica, fechando sua confecção e passando a trabalhar em tempo integral para o Grupo Privilège.
“Quatro anos depois me mudei de Juiz de Fora para Búzios, focando mais o trabalho no clube do Balneário”, conta Paula. A missão da mineira era formar uma equipe 100% local e abrir o clube com constância mesmo na baixa temporada, o que ela tirou de letra. Nos últimos cinco anos, a empresária exerce o cargo de Gerente de Desenvolvimento do clube, que envolve coordenação da equipe de promoção de festas, curadoria artística da casa e planejamento estratégico dos eventos.
Também em 2017, ela passou a gerenciar a carreira do projeto do carioca Rodrigo Vilhena, conhecido como KORVO, e três anos mais tarde do FFLORA, de Felipe Flora. Além disso, Paula é produtora das festas Cabaret da Miranda e FUSCA, que possuem um lugar especial em seu coração.
“Tenho um carinho especial por esses eventos que são idealizados por mim. Eles traduzem a minha maneira de ver o mundo para as pessoas. Mas se eu tivesse que escolher um evento além desses, com certeza seria A VIAGEM SEM FIM de 24 horas que fizemos em janeiro com Vintage Culture, esse foi, sem dúvidas, um dos meus favoritos”, compartilhou a produtora.
A lista de funções é grande, mas ela só aumenta. Nos últimos anos, Paula passou a se aventurar na arte da discotecagem. “Durante a pandemia me veio a vontade de aprender a tocar, sem nenhuma pretensão maior, eu sempre fui conectada à música e aqui estou eu ainda aprendendo a arte de discotecar”, conta. Apesar da modéstia, ela já coleciona apresentações memoráveis tanto no Privilège Búzios quanto no TAWA BEACH, novo beach bar e restaurante em Búzios no qual ela também é gerente de desenvolvimento.
Tendo passado por tantas funções diferentes, começando pelo fim da cadeia como hostess e chegando à gerente de operações, tanto à frente do público como DJ quanto no backstage fazendo o show acontecer, perguntamos à Paula se ela tinha alguma função favorita. “Hoje vejo que elas se completam, não consigo escolher uma favorita, prefiro o conjunto da obra”, contou a empresária. E essa resposta está estampada no número de funções que ela continua acumulando ao longo dos anos, desdobrando-se em toda a cadeia da música eletrônica.
Foto: divulgação
Com uma longa carreira de sucesso, também aproveitamos para perguntar à Miranda sobre sua visão em relação às mulheres na cena eletrônica nacional, além de destacar que a presença feminina vem crescendo na cena nas mais diversas funções. “A maior diferença que percebo hoje é a capacitação e profissionalização das mulheres na cena. Antes, fazíamos as coisas mais intuitivamente, vejo a cada dia mais seriedade, lógica e comprometimento no que fazemos. A cena está em constante evolução, nos últimos cinco anos percebi muitos movimentos, frentes abertas e oportunidades na cena para as mulheres”, descreve Paula.
Ainda, a mineira destacou como não sentiu maior dificuldade ou facilidade em nenhuma das funções que desempenha atualmente por ser mulher. “Digo ainda, que ser mulher me ajuda muito nas multitarefas, nós temos uma grande habilidade em lidar com diferentes assuntos. Dificuldades sempre irão existir para serem superadas, eu sou movida a desafios”, conta a empresária.
João Pedro Pierog, Paula Miranda e Sabrina Corrêa – Foto: divulgação
Com uma trajetória de sucesso na música eletrônica, Paula é uma inspiração para todas as mulheres que querem entrar na cena. Movida pela alegria de fazer as pessoas felizes com seus eventos e com sua música, foi um privilégio conversar com ela em homenagem ao dia internacional da Mulher e do DJ. Para todas as mulheres que estão lutando pelo seu lugar no mundo da música eletrônica, fica essa frase de inspiração desse mulherão.
“Quanto tudo parece ir contra você, lembre-se de que o avião decola contra o vento, não a favor dele”.
