HM Academy: A história dos sintetizadores

Por Bruno Machado 

Foto de abertura: divulgação

É extremamente difícil e incerto apontar quando a música eletrônica como conhecemos hoje surgiu. Dependendo da definição que se dá ao termo “música eletrônica” e para quem a pergunta é feita, seus primórdios podem ser tanto na invenção do telarmônio, lá em 1897, quanto na formação do Kraftwerk, na década de 1970.

Apesar da existência de diferentes respostas, há um fato a respeito do assunto que é universal: o rumo da música eletrônica mudou para sempre com a invenção dos sintetizadores. É seguro afirmar que, sem eles, a dance music nem existiria.

Mas, para começo de conversa, o que exatamente são sintetizadores? Quando falamos em sintetizadores analógicos, estes são os instrumentos cujos sons são gerados por meio da manipulação direta de correntes elétricas. Já nos casos dos sintetizadores digitais, os sons vêm da leitura de dados contidos na memória do aparelho.

No texto de hoje da coluna da House Mag Academy, nós vamos contar um pouco da história desses instrumentos fascinantes — desde os primeiros modelos até os que são utilizados hoje pelos maiores produtores do mundo.

Boa leitura!

O primeiro sintetizador da história

Na década de 1950, alguns sintetizadores diferentes surgiram ao redor do mundo. Um dos mais conhecidos e aceitos como “o primeiro” é o RCA Mark II Sound Synthesizer, criado por Herbert Belar e Harry Olson, em 1957.

Da mesma forma que ocorreu com os primeiros computadores, os primeiros sintetizadores eram enormes e complexos. O RCA Mark II, carinhosamente apelidado de Victor, tinha cerca de 2 metros de altura e 5 metros de comprimento — o que parece um absurdo hoje, não?

Além disso, ele valia aproximadamente U$ 175.000,00 (valor que, hoje, com correção monetária, equivale a quase 2 milhões de dólares) e só podia ser operado por técnicos e engenheiros especializados, visto que era necessário investir horas para se criar um som aproveitável e interessante.



Foto: divulgação

Popularização e acessibilidade do instrumento

Como você deve imaginar tendo como base as características do aparelho e a imagem que mostra como ele era, utilizar um sintetizador não era algo acessível. Além da necessidade de um extenso conhecimento técnico, outras características, como o tamanho, tornavam seu uso inviável.

Mas, este foi “apenas” o começo. A verdadeira revolução veio na década seguinte.

Se você já pesquisou pelo menos um pouco a respeito do assunto, deve saber que Robert Moog é tido como o pai do sintetizador. Apesar de não ter sido o responsável pelo primeiro instrumento do tipo, foi ele (junto com sua empresa, a Moog) que popularizou e aumentou a acessibilidade.


Foto: divulgação

Seus primeiros protótipos foram expostos em 1964 e, no final da década, o Moog já estava sendo parte fundamental para a composição das trilhas sonoras de alguns filmes populares.

Quando o MiniMoog foi lançado, em 1970, a acessibilidade ficou ainda maior — e foi a partir deste momento que artistas como Kraftwerk, Herbie Hancock, Stevie Wonder e até mesmo o eterno Rei do Pop, Michael Jackson, utilizaram o instrumento em suas músicas.


Foto: divulgação

Sintetizadores mais importantes para a dance music

Já falamos a respeito da importância dos Moogs no desenvolvimento e popularização da música eletrônica. Por outro lado, eles não foram os únicos que marcaram a dance music nos últimos 40 anos. Há outros modelos que devem estar presentes sempre que este for o assunto.

Entre eles, há três que se destacam como a santíssima trindade dos sintetizadores: Yamaha DX7, Roland D-50 e Korg M1. Todos foram lançados nos anos 80 e utilizados extensivamente durante não apenas nesta década, como também em sua subsequente.

Entre tantos equipamentos, eles foram alguns dos responsáveis por moldar o som que conhecemos tão bem atualmente.

Alguns dos artistas de destaque que utilizaram esses instrumentos incluem Prince, New Order, Black Box, 808 State, Pet Shop Boys e muitos outros.

Outro destaque que não podemos deixar de citar é a Roland TB-303, que, além de muito usada para as linhas de baixo em toda a dance music, ainda marcou todo um subgênero: o acid.


Foto: divulgação

VSTs: o futuro dos sintetizadores

Para encerrar, outro tópico que não podemos deixar de lado é o do capítulo atual. Como você já deve ter reparado, os sintetizadores não são equipamentos muito baratos, o que faz com que também não sejam acessíveis — especialmente aqui no Brasil.

Felizmente, a tecnologia e a forma atual de se produzir música eletrônica permite que eles sejam facilmente emulados através dos VSTs.

Este formato, cuja sigla significa Virtual Studio Technology, é uma interface que possibilita a simulação de aparelhos reais dentro de uma DAW. Basicamente, você não precisa mais comprar sintetizadores para ter os sons que eles produzem.

Em alguns casos, as próprias empresas que produziram os sintetizadores clássicos disponibilizam versões em VST para compra. Em outros, há desenvolvedores menores que fazem seus próprios instrumentos em VST, seja recriando os antigos ou produzindo novos. Há diversas opções desses arquivos, inclusive, que são disponibilizadas gratuitamente!

E você, já conhecia a história dos sintetizadores? O que achou deste texto? Caso tenha gostado, anote aí: a coluna da House Mag Academy sai toda segunda-feira aqui mesmo no site da House Mag. Para acompanhar os lançamentos e não perder nenhum texto, siga a HMA no Instagram!

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