Por assessoria
Foto de abertura: divulgação
Inspirada na atmosfera de Ibiza dos anos 80’s e 90’s, cheia de cores e extravagância, a Glitterbox se propõe a ser uma experiência em que além da música e dos DJs, o público se produz e os performers no palco são parte essencial do show. A iluminação e os efeitos visuais inspirados em uma época que deixou muitas saudades, produzem uma vibe única com a sinergia entre público, performers e DJs. No começo, por decisão do próprio Simon, toda essa experiência era restrita a quem fosse para Ibiza. Porém, com a fama da festa evoluindo rápido na era das redes sociais, ela passou a acontecer em outras cidades da Europa e agora no Brasil em junho de 2023.
Para quem já havia ido à festa em Ibiza, a expectativa era alta. Mas não decepcionou. Os artistas brasileiros ficaram encarregados de aquecerem o começo da noite. Primeiro as meninas do projeto From House to Disco que representam muito bem a vibe da festa do nome à sonoridade. Na sequência um back to back entre duas gerações. DJ Meme, lenda da cena house e garage nacional, e Aline Rocha, artista brasileira e parte do time da Defected. Durante a collab, uma linda surpresa, Where Loves Live de Alisson Limerick, um clássico garage house do começo dos anos 90’s.
Nesse momento ficou nítida a filosofia musical que Simon pensou para a experiência da noite. Para ele, os melhores DJs são os que escolhem a música certa no momento certo, produzindo novas memórias e se reconectando com um passado musical inesquecível. Não por acaso os primeiros residentes da Glitterbox eram DJs com uma formação old school, acumulavam mais de 20 anos de carreira como David Morales, Dimitri From Paris, Toddy Terry e Dave Lee. Esse último, aliás, a grande estrela do evento brasileiro. Com quase 60 anos de idade, Dave Lee, outrora conhecido como Joey Negro é uma grande referência para DJs que se inspiram na música house dos anos 90’s com forte influência de disco.
Foto: divulgação
A seleção de clássicos reeditados como Haven’t you Heard de Patrice Rushen, com músicas atuais com o mesmo sentimento, se conectando com o passado com faixas que fizeram história como Can’t Get High Without, collab de Rushen e Dave Lee.
Mas um grande DJ não só acerta no repertório como na sequência, uma atmosfera em que a mixagem leva à pista a uma viagem contínua, Dave Lee é mestre nessa arte. E o que dizer da técnica? Viradas longas, com entradas e saídas perfeitas, valorizando os breaks e o groove de cada música. Após Dave, The Shapefiters, autor de um dos maiores hits do selo Glitterbox, Lola’s Theme, assume os decks.
Uma vibe old school house toma conta do espaço Arca. E como manda a filosofia musical da festa, mais uma música se conecta a memória de outras pistas e marca o set, entra em cena You are in my system de Kerri Chandler.
Natasha Diggs, a artista mais performática e simpática da noite, entra em cena e mantém a pista lá em cima, marcando sua apresentação com mais um clássico, ‘Brighter Days’ de Cajmere.
Por último, chega ao palco, o artista Melvo Baptista, curador da coletânea, ‘This is ain’t no Disco’ do selo Glitterbox. O álbum explora todas as vertentes musicais da festa, de clássicos a novas produções que se conectam com a estética da gravadora. E claro não poderíamos deixar de mencionar que nossa faixa, Cirandisco integra a coletânea de 2018 que saiu em CD e vinil, além das plataformas digitais.
Melvo, assim como na coletânea, mostra toda sua versatilidade na pista e fecha a noite que certamente rendeu muitas histórias, sensações e registros. Assim como Simon imaginou, a Glitterbox no Brasil foi uma noite épica para ficar na memória.