O groove e simpatia do novo nome do tech house brazuca: Brisotti

Por Lu Serrano 

Foto de abertura: divulgação

O DJ e produtor Brisotti, natural do interior de São Paulo, viu seu nome decolar na pandemia, com o empurrão de responsa da Solid Grooves, gravadora capitaneada por Michael Bibi e Pawsa, na qual lançou seu primeiro hit, “Chill Bill”.

Com apenas 23 anos, seu nome ainda é novo nas pistas, mas já causa burburinhos entre os fãs de tech house, charts e playlists do gênero e, claro, produtores de todo o mundo. Considerado uma das revelações da cena dos hats e grooves no país, Brisotti começa a colocar o pé na estrada, mostrando que não falta carisma e simpatia nas suas apresentações, além de um repertório caprichado e extremamente coerente, a exemplo do primeiro set que eu, Lu Serrano, que assino essa entrevista, conferi bem de perto no início de dezembro, em Nova Lima – MG.


Entre o ‘boom’ da sua primeira track consagrada, com o sample clássico do assobio – você com certeza vai reconhecer logo nos primeiros segundos – e a apresentação, aproveitamos para bater um papo com o DJ e produtor que se mudou para Florianópolis e vive o start de uma carreira chancelada por produções de qualidade e determinação. E para um bom começo, Brisotti já coloca o pé no acelerador, confirmado para apresentações no Ame Club e Green Valley. Confira!

HM – Como e quando você começou a tocar?

Eu sempre fui fascinado por música. Conheci a música eletrônica através do edm, na época do ‘boom’ do Tomorrowland. Eu tinha por volta dos 13 anos, desde lá quis ser DJ, porém nasci em uma cidade muito pequena e sem a cultura da música eletrônica, então, eu não tinha norte. Quando comecei a frequentar a vida noturna de Ribeirão Preto, já com 18 anos, conheci o mestre Christian Stilck, além de um dos DJs mais importantes da região é professor de discotecagem, depois disso foi um caminho sem volta.

HM – E o tech house? Quando apareceu nessa caminhada? Foi sempre a vertente que você tocou?

Eu não ‘manjava’ nada de gêneros musicais no começo [rs], com o tempo fui percebendo que tudo que tinha groove me agradava, e fui me encantando pela levada do tech house. No comecinho da minha carreira tocava muito house, até porque tocava muito em barzinho, era o som que cabia, mas sempre com minha levada de groove. Acho que o ponto marcante que virou a chave na minha cabeça foi quando vi o Seth Troxler tocando na Circoloco, depois dali sabia que era isso que queria fazer.

HM – Nos últimos anos a gente tem acompanhado o ‘boom’ do tech house, principalmente no Brasil, como você vê isso?

Acho muito massa os clubes e eventos dando espaço cada vez mais não só para o tech house, mas para outras vertentes também, só tenho um pouco de medo as vezes de isso banalizar, e qualquer coisa virar tech house [rs].

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Foto: divulgação

HM – Quais são as suas principais referências?

Dentro da música eletrônica acho que as principais são Jamie Jones, Honey Dijon, The Martinez Brothers, Michael Bibi, Harry Romero e Jackmaster. Sou apaixonado por James Brown, Tim Maia, Guts e The Black Keys [rs]. Escuto música o dia inteiro, desde Curumim até Anderson Paak, acho que é impossível lembrar de todas as referências.

HM – Você lançou recentemente uma faixa por uma das principais gravadoras e crews do mundo, a Solid Grooves, conta um pouco pra gente sobre a track e como foi emplacar por lá.

A Solid Grooves sempre foi uma das minhas maiores dream labels, então assim, eu meio que não acreditava que tinha conseguido, foi uma sensação inexplicável, tipo realização de um sonho mesmo. A track foi muito despretensiosa, eu e um amigo estávamos cantarolando o assobio, daí veio a ideia, mandei para o Michael sem pretensão nenhuma e quando vi aconteceu [rs].

HM – Conta pra gente um pouco mais sobre os diferenciais do seu som, da sua produção.

Acho que para ser sincero é a autenticidade, eu amo fazer músicas diferentes e únicas, as vezes isso até dificulta o processo com algumas labels, porém é o que me diverte. Eu amo fazer música e amo me expressar totalmente através dela. Minhas músicas são extremamente parecidas com a minha essência. Gosto de me divertir fazendo música e sou apaixonado em sons bem gordos [rs].

HM – Você tem sido considerado por produtores de tech house uma das promessas brasileiras. Isso te motiva ou te assusta?

Me motiva muito, sempre foi meu sonho ser um artista e viver de arte, e ver isso dando certo me motiva demais, eu sempre fui fissurado em arte e em me expressar, para mim isso é extremamente gratificante. Demorou para a ficha cair que estava dando certo, mas quando recebi os suportes do Jamie Jones e do Bibi que são meus ídolos, me fizeram acreditar demais, e foi um combustível extra de motivação.

HM – Você foi confirmado em super line up para o final do ano no Ame, ao lado de grandes nomes. Do início da carreira para cá, você se imaginava tocando em um evento desse porte?

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Cara, pra ser sincero não, o TMB é uma das minhas maiores referências como disse a cima, e sempre quis muito ver eles tocarem, inclusive quando fiquei sabendo que viriam para o Brasil fiquei super ansioso pra ver um show deles, quando descobri que tocaria do lado quase infartei [rs].

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HM – Como você espera estar daqui há 10 anos, já consegue se ver?!

Acho que o meu sonho é fazer tour internacional, levar meu som pelo Brasil e para o mundo inteiro. Se daqui 10 anos isso estiver acontecendo, estarei muito feliz [rs].

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