Por Ana Luiza Cavalcante
Foto de abertura: divulgação
Pic Schmitz é certamente um dos maiores representantes da house music nacional. Com uma sonoridade distinta, alegre e vibrante, o gaúcho já dividiu o palco com artistas do mais alto calibre: Chris Lake, Bob Sinclar, David Guetta, Erick Morrilo, e Fatboy Slim, por exemplo.
Com mais de 15 anos de carreira e incríveis mil apresentações, Pic Schmitz tem uma carreira celebrada, um talento impossível de questionar e, claramente, um grande tato para compreender a cena brasileira.
Batemos um papo exclusivo com o artista, que nos contou um pouco de como ele enxerga a cena house no Brasil e o que ele acha sobre ser um de seus expoentes, confira!
HM – Seja por suas performances ao vivo ou pelos seus lançamentos em gravadoras de grande expressão na cena, você é sem dúvidas um dos expoentes da house music nacional. Apesar dos mais de 15 anos de experiência, você sente algum tipo de pressão ou responsabilidade? Como é representar a nível nacional todo um gênero?
Quanto a pressão é uma faca de dois gumes. Por um lado o tempo de carreira e as experiências vividas trazem um conhecimento e respeito no meio que é muito legal, por outro lado, também existe por muitos uma certa exigência por renovação, por querer aquilo que é “fresh”, algo que se torna cada vez mais difícil para quem não é necessariamente novo no mercado. Mas, acredito que independente disso eu acredito no trabalho que faço e isso sempre é o fundamental: acreditar e gostar do que se faz, independente de quantos tempo de carreira se tenha.
Já quanto a representar um gênero a nível nacional, eu fico feliz com quem me vê dessa maneira, pois realmente a house music é a minha base. Foi através dela que conheci e me apaixonei pela música eletrônica. Mas me considero bem menos expoente do que alguns DJs e produtores que sempre viveram e difundiram a house music de maneira exclusiva ao longo dos anos.
HM – Conseguimos ver em diversos países, inclusive no Brasil, uma grande aposta na volta da house music. Você sente alguma diferença na cena?
Com certeza! Nos últimos anos já vinha ocorrendo um resgate da essência da house music, mas acredito que a pandemia fez com que muita gente realmente parasse para “respirar” um pouco, avaliar melhor aquilo que estava escutando e exigir mais musicalmente. E nesse contexto a house music foi a resposta exata entre a qualidade e emoção musical que muitos buscavam, pois é disso que ela trata.
HM – A Defected Records acabou de passar pelo Brasil com duas edições de tirar o fôlego, onde a house music foi extremamente bem recebida. Que o Brasil está nos olhos de todos os grandes eventos internacionais não é novidade, mas é certamente animador ver gêneros diferentes criando raízes no país. O que a Defected significa pra você?
A Defected é a principal label de house music no mundo. Todos os grandes artistas do gênero já lançaram trabalhos por ela. É a principal referência quando fala-se em house music por toda qualidade que eles desenvolvem há anos. Eu tive a felicidade em tocar na Defected In The House Brazil realizada durante o Rio Music Conference em 2011 a convite do DJ Memê e do Simon Dunmore. Foi uma festa incrível, mas muito menor do que os recentes eventos realizados no Brasil. Fico extremamente feliz de ve-los por aqui novamente, com um público tão grande prestigiando, trazendo nomes de peso mundiais, inclusive os nossos representantes brazucas Vintage Culture e Aline Rocha. Que venham cada vez mais festas da Defected pra cá!
HM – Seu último lançamento “All Over You” é uma faixa magnífica, e vem recebendo um feedback caloroso dos seus fãs. A música já conta com mais de 500 mil plays, pode nos contar um pouco mais de como foi o processo de criação da música com o GUDI e Zek?
Há um tempo eu e o GUDI queríamos fazer uma collab e nos reunimos em um estúdio em São Paulo ainda antes da pandemia para começar a composição da música. A partir da base instrumental desenvolvida, começamos o processo de criação da letra. Foi um trabalho em equipe que durou alguns meses e envolveu além de mim e do GUDI os produtores Antonio Eudi e César Funck. Quando estávamos com a letra finalizada, convidamos o talentoso Zek para cantar a canção, ficando um resultado modéstia à parte magnífico.
HM – O que o futuro aguarda de Pic Schmitz? O que seus fãs podem esperar de você, tanto nos palcos como nos seus próximos lançamentos?
Quem conhece o meu trabalho sabe a maneira como me apresento. Gosto de me conectar com o público exclusivamente pela música. Acho que essa é a essência de um bom DJ. Porém, sempre tento trazer novidades pro meu set, misturando com as referências clássicas da house music. E entre essas novidades, tenho algumas produções numa vibe semelhante à “All Over You” que volta e meia tenho testado nos meus sets e que ainda não foram lançadas, mas que certamente em breve estarão disponíveis.