Por Valente
Foto de abertura: Scott Dudelson | FilmMagic
Como quase tudo na vida de Kanye West, o novo álbum “Donda” chegou ao público envolvido em várias confusões. Como estratégia para potencializar a expectativa dos fãs para a finalização da obra, Kanye passou a morar em um quartinho no estádio Mercedes-Benz, lar do Atlanta FC.(EUA).
E foi além: passou a transmitir suas atividades para a conclusão do álbum através do Apple Music, que também comprou o direito de transmissão dos eventos de audição antes do lançamento oficial. Juntos, os três eventos reuniram mais de 120 mil pessoas e, segundo a Billboard, rentabilizaram mais de 500 mil dólares. Acontece que cada evento apresentou versões diferentes das faixas, o que aumentou a tensão dos fãs.
Quando finalmente chegou a data de lançamento, o álbum não ficou disponível. O rapper voltou a marcar – e a “furar” – novas datas, permanecendo o atraso por cinco semanas, até ser finalmente publicado no dia 29 de agosto. Nesse meio tempo, novas polêmicas se acirraram com o já conhecido rival, Drake. Entre trocas mútuas de ofensas em músicas e até um endereço de Drake vazado por Kanye, muito se especulava sobre a possibilidade de ambos os álbuns serem lançados no mesmo dia 6 de setembro, o que não ocorreu. Após a publicação da coletânea, Drake vazou ainda um trecho original de uma música não divulgada por Kanye.
Marilyn Manson, DaBaby e Kanye West – Foto: divulgação
Horas após o lançamento, em mais confusões, o rapper veio a público dizer que o trabalho havia sido publicado sem sua permissão, alegando ainda que uma das faixas, “Jail”, foi bloqueada pela Universal. Esse foi outro fato controverso que marcou a obra, já que a track conta com as participações de Marilyn Manson (investigado por violência e abuso sexual) e do rapper DaBaby (que recentemente teceu comentários homofóbicos em rede social).
O título do álbum traz o nome da mãe do rapper, falecida em 2007 após complicações em uma cirurgia, e a temática religiosa é tão presente nesta obra quanto na anterior. “Donda” é o “novo eu” de Kanye, que busca conciliar sua nova fase com toda a bagagem de vida que possui. Ou seja, ao invés de levar o ouvinte para um culto na igreja, como em “Jesus Is King”, Kanye propõe um papo informal sobre religião e questões pessoais.
Nesse desenvolvimento, há quem diga que este é o trabalho mais chato de Kanye, avaliando que o rapper se estende demais, apresenta faixas com pouca dinâmica, torna-se repetitivo e ainda chama pro papo quem não é bem vindo. Outros dizem que é a mais nova obra-prima do artista.
Somente o futuro definirá o legado honroso – ou não – da coletânea, mas enquanto ele não chega, Kanye West segue batendo recordes. Com apenas uma semana e lançamento, o disco já havia alcançado o topo da Billboard, tornando-se a melhor estreia do ano dos EUA. Com esse marco, Kanye West chega ao décimo álbum a figurar na primeira posição da Billboard, empatado com Elvis Presley e Eminem.