Por que a ODD se tornou um dos principais eventos em São Paulo

Por Iasmim Guedes

Foto de abertura: divulgação

A ODD comemora neste sábado, dia 30 de abril, a partir das 22 horas, sete anos de performance na esfera musical underground. Em uma antiga fábrica de brinquedos na Barra Funda, será onde os DJs apresentarão seu som ao fiel público do evento, que por anos vem acompanhando sua atividade dentro da cena paulistana.

Além de atrações nacionais, como os veteranos Davis e Zopelar,VicChamaleon, Delcu, Martinelli, Young, Ananda e Frontinn, o evento também reunirá nomes internacionais como o DJ afro-americano OSAGIE e a nova estrela ascendente do techno europeu, Anastasia Kristensen — que fará sua estreia no Brasil (ingressos aqui).

Ao longo dos últimos anos, a ODD se tornou referência de inovação e vanguarda do cenário paulistano e underground brasileiro, já que é na maior capital do país que as interações acontecem em sua maior intensidade. Como e por que isso aconteceu? 

Inovação e desafios que potencializaram sua trajetória 

Talvez uma das maiores simbologias de revolução na configuração das festas eletrônicas tenha ocorrido a partir da concepção de seus idealizadores — Márcio Vermelho (ou somente Vermelho), Davis e Zopelar — que inovaram ao transformar a ODD em palco de expressões à liberdade artística, derrubando a barreira que se limitava apenas às batidas dançantes das baladas noturnas. 

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Foto: divulgação

A ideia da ODD começou a surgiu a partir de outro projeto de Márcio  — Laço, produção de um evento grande e que durou de 2011 a 2016 — a ideia inicialmente era de uma festa mais sucinta. Em 2015, nasceu a ODD que conhecemos hoje, quando Davis e Zopelar se uniram ao Vermelho, adicionando ainda mais potência à caracterização da festa que se tornaria referência nacional. Alguns DJs foram ganhando espaço para mostrar sua música e os artistas performáticos passaram a completar o line up de diversidade. O evento já aconteceu em locações abertas e fechadas, fugindo do tradicional e trazendo novidades para as pessoas, indo além de um encontro de sonoridades — de house, techno e outros — e se transformando em espetáculo da pluralidade cultural.

O conceito atravessa os obstáculos monótonos dos rolês convencionais. A ideia é transformar a noite em experiências para serem ouvidas, vistas e sentidas, dar visibilidade ao conjunto que expressa a libertação, onde o público é protagonista. Com soundsystem de primeira linha, curadoria e traços que preservam as raízes da cultura clubber, a ODD se mantém em destaque ao longo de sua existência. 

“Durante todos esses anos, a ODD se consolidou de forma única através de suas manifestações artísticas: música, luz, performances, artes gráficas, intervenções e experimentações diversas. A curadoria musical/visual é um ponto alto, com muitas atrações que marcaram edições memoráveis e traduzem a diversidade sonora, com uma identidade própria”, conta Vermelho, salientando alguns dos pilares que têm garantido tamanha longevidade.

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Foto: divulgação

Momentos singulares e particularidades que não são encontradas em qualquer lugar, esse sempre foi o ponto forte das edições da ODD. Além de caminhar de mãos dadas com a arte, seus idealizadores sempre buscaram trazer as melhores atrações, nomes que contrastam com a proposta e se destacam por produções inovadoras e de qualidade.

“A primeira ODD em formato 24 horas, com Daniel Avery e Massimiliano Pagliara, foi um desses momentos singulares, assim como a primeira edição de rua, realizada na Ponte das Bandeiras. Os convidados internacionais que já passaram pela festa conseguem definir bem o espírito do nosso tempo e proposta. Alguns deles: Legowelt, Job Jobse, Steven Julien, Fort Romeau, Toulouse, Low Trax, Rødhåd, Octo Octa e Dixon, entre tantos outros”, relembra.

Desafios também estão presentes na trajetória do rolê. Davis reflete sobre as dificuldades superadas ao longo de toda a história do projeto, e acha incrível “chegarmos em 2022 com uma proposta de olhar para o futuro”:

 

“A trajetória da ODD me traz uma mistura de sentimentos, de orgulho, gratidão e otimismo, e um anseio de trazer novos talentos que vão contribuir com a proposta artística para os próximos anos. O que eu espero pregar nessa edição é essa combinação — o melhor do que já fizemos até agora somado ao que acreditamos que podemos fazer de melhor nos próximos anos”.

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