Por Adriano Canestri
Foto de abertura: divulgação
No último sábado, 26, ocorreu no Rio de Janeiro o ‘’show do século’’, em comemoração aos 100 anos do Copacabana Palace, que foi protagonizado pelo DJ e produtor brasileiro Alok.
O show contou com uma mega estrutura. Um palco em formato de pirâmide com mais de 30 metros de altura, show de drones, fogos de artifício, show de luzes e claro, um super show do DJ com seus inúmeros hits. Além de suas próprias músicas, Alok homenageou a cultura brasileira e o MC Marcinho, lenda do funk brasileiro que faleceu no dia do show vítima de complicações no coração, tocando seu hit ‘’Glamurosa’’ lançado em 2001. Nem a chuva foi capaz de impedir a presença de milhares de fãs.
Mas apesar do espetáculo que a música eletrônica presenciou nesse dia, o que mais foi ventilado no dia seguinte ao show na grande imprensa, foram os inúmeros casos de arrastão, furtos e violência que ocorreram na praia de Copacabana. Alok se manifestou em suas redes sociais lamentando o ocorrido, que segundo ele ‘’são problemas de políticas públicas’’.
Entretanto, o show do século foi muito mais que isso. Esse episódio ficará marcado na história da música eletrônica mundial.
O show comemorava o centenário de um dos hotéis mais tradicionais do mundo, que já recebeu os mais variados e renomados artistas da música como hóspedes, e o escolhido para comandar a festa que tinha expectativa de receber cerca de um milhão de pessoas foi um DJ de música eletrônica. Alok está sempre escalado no line up dos maiores festivais do mundo, mas esses eventos geralmente contam com a transmissão ao vivo apenas do seu próprio canal. Dessa vez, o show do DJ goiano foi transmitido em tempo real pelo Multishow, levando a música eletrônica para dentro da casa das pessoas no sábado a noite e ficará disponível completo no Globoplay.
Esse feito mostra como a música eletrônica está conquistando um espaço que um tempo atrás estava distante do movimento. Um show gratuito em uma cidade que é um dos berços musicais do Brasil ser representado por um dos maiores nomes na cena hoje, que leva nossa bandeira por todos os continentes, é motivo de muito orgulho para nós apaixonados pela dance music.
Além disso, em um show aberto ao público, no qual as pessoas podem ir inicialmente não pela música eletrônica, mas para se divertirem com a família e os amigos, pode ser a virada na chave que as pessoas precisam para ver o movimento com outros olhos e tirar um pouco do estigma que existe sobre a música e as festas de eletrônica.
Assim como o próprio Alok prega em seus discursos nos shows e em suas músicas, a música eletrônica é amor, união. A pista de dança é, historicamente, um local de pertencimento, inclusive para quem se sente deslocado, é onde há espaço para todo mundo.