Por Cesar Nardini
Foto de abertura: divulgação
Para quem ainda não conhece, a Anjunadeep é um selo gringo de techno e house melódico fundado por Above & Beyond e James Grant. E, apesar da vinda da label party para terras tupiniquins já ser aguardada pelos fãs há alguns anos, o recente “boom” da linha de som aqui no Brasil influenciou para que o selo não demorasse mais a aterrisar por aqui, principalmente, neste momento histórico de retomada e com a participação de brasileiros no line up.
Ao lado de Ben Böhmer, Eli & Fur, Franky Wah e Lutrell, os artistas Drelirium e RIGOONI são os nomes que irão representar nossa bandeira verde e amarela. Inclusive, a escolha do DJ e produtor RIGOONI não passa despercebida, já que ele é um dos únicos artistas nacionais a lançarem pelo aclamado selo.
Numa conversa com RIGOONI, ele nos detalhou sua trajetória e suas expectativas para o Anjunadeep Brasil, que vai rolar no dia 6 de setembro, na Arca, em São Paulo. Garanta o seu ingresso aqui!
HM – Como você começou no universo da música eletrônica?
Meu primeiro contato com música eletrônica com certeza foi através da minha família. Eu cresci escutando Depeche Mode, Haddaway, Double You , A-ha, Afrika Bambaataa. Lembro-me de no ensino fundamental me reunir no recreio com meus colegas da escola para ouvir e dançar ao som de Edward Maya & Vika Jigulina, “Stereo Love”. Minha curiosidade por descobrir músicas novas me moveu para o caminho de criá-las. Através de um amigo da família, conheci o FL Studio, onde comecei a arriscar meus primeiros loops.
Nas férias escolares, a maioria das crianças do bairro saíam para brincar na rua, eu, com 11 anos, ia produzir, ou melhor, ia pra “caverna” como meus pais costumavam dizer [rs]. Mais tarde, frequentando clubes e festivais, o amor pela magia da produção musical me chamava novamente e lá estava eu de novo. Só que dessa vez, sem pressa e sem pausa.
HM – Como se descobriu dentro da sua linha de som e como você a define?
No início eu tentava produzir músicas similares aos artistas que eu gostava de ouvir: David Guetta, Robin Schulz, Vintage Culture. O tempo foi passando, comecei a misturar as minhas referências musicais do momento com o que eu cresci ouvindo e com o que eu queria ouvir na pista de dança. Hoje, entendo que esse é um processo de lapidação eterno, conforme vou amadurecendo e adquirindo autoconhecimento mais vou melhorando minhas habilidades para traduzir as inspirações nessa linguagem universal que é a música. Acredito também que se eu definir som que se manifesta através de mim, vou limitar suas potencialidades.
HM – Além de suas referências internacionais, quais nomes nacionais você tem acompanhado?
No Brasil muitos artistas talentosos e brilhantes estão em ascensão: Leila Scheiwe, Hauy, Gorkiz, André Moret, Carlos Tk e Peve são grandes exemplos! Acredito num futuro promissor aqui no Brasil nos próximos anos, frutos também dos núcleos e gravadoras que estão trabalhando arduamente para difundir a cena, como: Transensations, Inside Out, For Senses e muitos outros.
Foto: divulgação
HM – Qual é o sentimento de representar o Brasil na estreia da Anjunadeep no Brasil?
É realmente muito gratificante. Eu só tenho a agradecer a equipe ARCA, M-S Live e a todos que me apoiaram desde o começo.
Vale ressaltar que isso só está acontecendo graças a um querido amigo, Pedro, mais conhecido como Pedräda, que fez o warm up sensacional para o Above & Beyond no Laroc, em 2019. Ele iniciou uma hashtag #RigooniNaAnjunadeep, vários familiares e amigos aderiram a ideia e começaram a marcar os organizadores e a gravadora nas suas contas do Instagram. Uma semana depois desse movimento, fui chamado para ser um dos representantes do Brasil nesse line up incrível.
HM – O que a Anjunadeep representa pra você??
Anjunadeep pra mim hoje é um convite para eu olhar pra dentro e tomar consciência de que o poder da música está muito além do que eu posso compreender. Descrever em palavras eu estaria diminuindo seu valor.
HM – Você é um dos privilegiados em poder lançar na gravadora. Como sua música chegou até eles?
O primeiro contato que tive com o Tony foi depois que ele tocou uma música que fiz pra minha mãe “A Blue Rose For Daniele”, lançada pela The Soundgarden, do Nick Warren. Eu mandei mensagem através do Instagram agradecendo o suporte e depois disso passei a enviar demos e promos pra ele. Um dia o Tony tocou “Petrichor”, em Miami, no Deep Set 17, foi emocionante, eu agradeci muito a ele por esse momento. Dias se passaram, até que recebi um email com o contrato para assinar “Petrichor” pela Anjunadeep.
HM – Quais são suas expectativas para o evento? O que está preparando para sua apresentação?
Depois do anúncio oficial do ine up recebi tantas mensagens de carinho de fãs da Anjunadeep que não sabiam que existia brasileiro assinado com o selo, que eu só consigo imaginar o melhor cenário possível para esse evento!!!
HM – Entre as atrações da festa, qual você está mais ansioso para encontrar e assistir?
É difícil escolher apenas um, o line está impecável!
HM – Quais os próximos passos do RIGOONI?
Tenho excelentes notícias para serem anunciadas nos próximos meses.
HM – Tem alguma curiosidade sobre o seu projeto e o Anjunadeep que você queira compartilhar com a gente?
Recentemente fui prestigiar o Above & Beyond no Laroc, o evento foi incrível. Durante a apresentação, o Tony me reconheceu no meio do público e com a ajuda da sua esposa e dos organizadores do evento pude conhecer ele e a família Anjuna pessoalmente, são pessoas incríveis! E sim, muitas novidades entre Anjunadeep e RIGOONI estão por vir!