Silvio Conchon declara que o DGTL São Paulo é uma marca que veio pra ficar

Por redação

Foto de abertura: divulgação

Há pelo menos 15 anos envolvido com o setor de eventos e entretenimento, Silvio Conchon é um dos grandes nomes do cenário da música eletrônica brasileira. Ajudando a moldar o que hoje entendemos como mercado eletrônico nacional, ele deixou sua marca na história dos eventos do gênero no país e na carreira de diversos artistas. DJ, produtor musical, produtor de eventos, agente de artistas e apresentador: Conchon já figurou pelas mais diversas áreas, agregando inúmeras experiências em sua bagagem. 

Por 10 anos atuou como diretor de talentos da Plusnetwork, uma das empresas responsáveis pela difusão da música eletrônica no país, que já organizou eventos como elrow Brasil, Electric Zoo Brasil e Armin Only, bem como turnês de grandes DJs internacionais. Além disso, ele foi um dos nomes por trás das edições de sucesso do Tomorrowland Brasil em 2015 e 2016.

Hoje, ele administra sua própria empresa de eventos e de agenciamento de artistas – com um número pequeno de agenciados, para poder dar uma atenção especial a todos. Ele também é o idealizador do podcast Spolight, no qual conversa com nomes importantes dos bastidores do mundo do entretenimento, das lutas e mais.

Falamos com o empresário sobre sua trajetória como profissional de eventos, bem como os desafios que já assumiu ao longo de sua jornada e, claro, a nova empreitada como head do DGTL São Paulo 2022.

HM – Oi, Silvio! De sócio investidor em assessoria jurídica para o mercado de entretenimento: você deixou seu trabalho captando clientes para se dedicar à música, no palco e nos bastidores. Pode nos dar detalhes de como tudo isso ocorreu e quais os caminhos sua carreira tomou ao longo dos anos?

Quando chegou o momento de ter que decidir o que queria fazer da vida, eu não estava pronto pra tomar essa decisão e acabei escolhendo o caminho que se apresentou. Descobri a discotecagem com meus amigos e resolvi fazer festas pra poder tocar, pois o espaço para novos artistas é realmente escasso. Além disso, tinha muita dificuldade em contratar DJs internacionais que queria para as minhas festas. Então, simultaneamente, comecei minha carreira de DJ, produtor de eventos e agente de artistas internacionais. Foi uma progressão natural dos três lados da profissão.

269841631_1340222996391451_3722297175310835095_n_500
Foto: divulgação

HM – Você trabalhou muitos anos como diretor de talentos na Plusnetwork, com artistas nacionais e internacionais, acumulando contatos e fazendo networking em diversos ambientes. Manter boas relações é a chave do sucesso para um produtor de eventos? Como você aplica isso no dia a dia?

Network e reputação é tudo que você tem nesse meio. O Brasil é um território desconhecido para muita gente e se os agentes internacionais sentem segurança e confiança em você, suas chances de sucesso aumentam consideravelmente. Mas é um trabalho diário estar atento aos detalhes e não tratar nada como garantido.

HM – Sabemos que o mercado brasileiro de eventos de música eletrônica é recente, bem como a cena deste gênero no país. Você é um profissional com muita bagagem e experiência adquiridos fora do Brasil. De que forma essa expertise contribuiu para formar o setor que vivemos hoje? E o que falta para crescermos ainda mais?

Acho que a experiência te impede de repetir os mesmos erros já cometidos no passado. E acredite: há infinitamente mais erros que acertos em qualquer história de sucesso.

Com relação a cena brasileira, acredito também que estamos em um patamar jamais visto. É só observar um cara como Vintage Culture, por exemplo, que alcançou tanto sucesso, 100% resultado direto do trabalho e talento dele e de sua equipe.

Nossos eventos, modéstia à parte, estão no nível de qualquer evento do mundo. Acredito que os nossos desafios são em relação a tecnologia. Os desafios em relação ao equipamento na produção do Afterlife foram infinitos. Mas como brasileiros nós nos superamos e entregamos um show jamais visto no país.

HM – O Tomorrowland é um dos maiores festivais do mundo, com 15 anos de história, e que foi realizado somente em três países: Bélgica – local de origem -, Estados Unidos e Brasil, onde vive uma das maiores audiências do evento. Você foi um dos nomes responsáveis pelas duas edições de sucesso do Tomorrowland Brasil em 2015 e 2016. Organizar um festival de tamanha magnitude requer muita competência, o que você tem de sobra, claro. Mas como você descreve essa experiência? O que tirou dela que leva para seus outros trabalhos?

Tomorrowland foi um desafio hercúleo. Francamente não acho que estávamos preparados para o tamanho do evento. Mas conseguimos entregar um resultado muito parecido com o festival da Bélgica. Agradeço muito meus ex-sócios Luiz Eurico e Edo Van Duyin e nossa equipe incrível por conseguirmos realizar com excelência o evento no Brasil.

tomorrowlanmd_brasil_500
Foto: divulgação

HM – Você e seus dois sócios – Edu Poppo e Du Serena – estão trazendo um ar fresco para a nova edição do DGTL São Paulo, que em 2022 passa a ser administrada pelos três. Com o desafio de assumir um festival que recebeu críticas em edições anteriores, enquanto era produzido por outra empresa, por que resolveram apostar nessa nova edição?

Durante a pandemia tivemos a oportunidade de contemplar a eternidade. Após estudarmos bastante o mercado e a marca DGTL, entendemos que era uma oportunidade de ouro pegar o trabalho já feito com a marca no Brasil e colocar nossa expertise e energia em novas edições.

HM – Com relevância e prestígio internacional, o DGTL nasceu na Holanda e já teve edições em pelo menos outros seis países, tendo a sustentabilidade, arte e música como seus pilares e sendo o primeiro festival circular de música eletrônica. Como estão adaptando o conceito e a cultura do festival para a realidade brasileira?

É um processo fácil. O Brasil é um dos países mais avançados em temas como sustentabilidade e inclusão social. Vamos implementar a tecnologia dos holandeses com a criatividade brasileira. Esperem muita inovação.


HM – Como você espera que o DGTL São Paulo seja lembrado após abril de 2022?

Como uma marca que veio pra ficar por muitos anos. E quem for, fique esperando ansiosamente por 2023.

Deixe um comentário

Fique por dentro