Por Lu Serrano
Foto de abertura: divulgação
Da última edição do Ultra Music Festival no Brasil até hoje, somam-se quase seis anos. Mas, maior do que a ansiedade em voltar a receber um festival dessas proporções há menos de três semanas, é a expectativa de recepcionar mais de 60 mil pessoas nos dias 21 e 22 de abril, no retorno do Ultra Brasil à São Paulo.
Escolhida para recepcionar esse “coming back” do consagrado festival, São Paulo tem todas as características cosmopolitas que envolvem a realização do Ultra no mundo, principalmente, a sua relação com a cidade. E, para coordenar essa sétima edição, com 75 atrações nacionais e internacionais, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista, a produtora local 30e foi convocada para trabalhar com o time Ultra Worldwide.
“O centro é o coração da cidade, e um festival de música eletrônica como o Ultra precisa pulsar em um local que tenha essa relação com a cidade, que esteja em um lugar de fácil acesso e que seja contemplativo como é em todos os outros países”, Gustavo Luvieira.
Em conversa exclusiva com a House Mag, Gustavo Luvieira – Guss – sócio e chief marketing officer da 30e, fez um panorama desse retorno do Ultra ao país, incluindo curadoria do line up, local, colaboração com a equipe internacional, desafios e curiosidades sobre o festival que tem suas raízes em em Miami, com edições anuais, mas, que também estendeu braços para a Europa, Ásia e América do Sul.
HM – Quando e como vocês entenderam que era o momento de se realizar uma nova edição do Ultra no Brasil?
Existe um movimento interessante no mercado de música eletrônica no mundo todo e que vem crescendo cada vez mais. Achamos que um ano pós-pandemia poderia ser um momento interessante para voltar com um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo. E, claro, tudo isso associado a uma construção de relacionamento com o time do Ultra Worldwide e a uma negociação muito bem construída com os artistas.
Foto: divulgação
HM – Por que escolheram São Paulo para receber o festival e, especificamente, o Vale do Anhangabaú?
São Paulo já é considerada a capital do entretenimento e por conta da sua geografia, capacidade econômica e todas as outras facilidades relacionadas ao serviço, transporte e turismo, fica mais seguro acomodar um festival que vai receber mais de 60 mil pessoas. Mas, também, tem o ponto de entender de onde vem nosso público.
“Na última edição do festival, mais de 50% do público era de São Paulo e um pouco mais de 10% vinha das redondezas da capital”, Gustavo Luvieira
A 30e assumiu que vai ocupar o centro da cidade para sair da ideia de que festival bom tem que passar perrengue pra chegar. O centro é um lugar mágico, está completamente reformado e precisa que empresas e pessoas comecem a enxergar ele como um destino para o entretenimento.
Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo – Foto: divulgação
HM – Sobre a estrutura: serão quatro palcos nesta edição BR, como vocês estão trabalhando com a cenografia e estrutura? Serão similares às demais edições ao redor do mundo?
Sim, existe uma linha criativa similar a de todas as outras edições. Vamos ter cenografia, sim, mas, vamos também explorar a relação do festival com o centro, entregar para o cliente uma cenografia mais contemplativa que explore o visual dos prédios no centro de São Paulo.
HM – A equipe envolvida na produção é toda brasileira ou existe o intercâmbio com a equipe gringa? Como é essa relação?
A grande maioria é brasileira. Temos um intercâmbio gringo em assuntos mais técnicos e todos aqueles que precisam preservar a qualidade e autenticidade da marca Ultra. Comunicação, luz e som são áreas de maior interação entre gringos e brasileiros.
HM – O que vocês mantiveram da essência do Ultra e o que adaptaram para o público brasileiro?
O Ultra é um festival de música eletrônica que valoriza a música acima de qualquer outra coisa. A gente mantém esse legado, entregando um som de qualidade, e acrescenta o nosso DNA de preocupação com a jornada do nosso cliente, com a experiência de consumo e serviço. Vamos entregar nossa magia brasileira em todos os pontos de contato do cliente.
HM – Com relação a curadoria do line up, como foi feita, o que vocês quiseram representar nessa formação?
A curadoria é feita a partir de vários fatores. Temos que ter um diálogo com a sociedade e entender o que o público quer ver, temos que ter uma agenda onde a gente consiga tempo e dinheiro para trazer os artistas que o público quer ver e, claro, não esquecer de entregar representatividade para artistas de diferentes gêneros e nacionalidades.
“É um trabalho muito difícil quando se trata de mais de 50 DJs, mas, nós estamos felizes com o resultado. Sempre vai existir um público que não vai estar satisfeito, faz parte, trabalhamos com emoção, mas, o que fica é sempre a lição de entender cada vez mais das pessoas para poder entregar um line up mais condizente”.
HM – O que significa para a cena da música eletrônica brasileira trazer uma marca deste porte para o país?
Um fortalecimento absurdo. Ter um dos maiores festivais de música eletrônica no Brasil é uma chance de mostrar para nosso próprio país, que é gigantesco, que a música eletrônica é um nicho a ser explorado e que precisa fugir de certos preconceitos que ficaram no passado. Agora, temos que ter o apoio da mídia profissional e especializada para fazer reverberar a mensagem de que a música eletrônica tem força e pode ser consumida em diferentes contextos.
HM – Em que fase de produção vocês estão neste momento?
Estamos na pré-produção e implantação do festival. Fase que envolve toda logística de artistas, vistos, orçamentos de produção, etc. Todo o time responsável pela produção do festival acabou de voltar da edição do Ultra Miami com várias ideias legais para o público.
HM – Qual o maior desafio que vocês têm encarado até agora com o retorno do Ultra ao Brasil?
Temos um desafio de mostrar para o público que quem está fazendo este festival é a 30e, uma empresa que nasceu para entregar felicidade para as pessoas através da música.
“Ou seja, o Ultra que aconteceu no passado não faz parte da realidade da nossa empresa”.
Queremos mostrar que somos apaixonados pelo que fazemos e que isso reflete diretamente na nossa entrega. E, claro, outro desafio é fazer o público entender que o Vale do Anhangabaú é um lugar fantástico para receber o Ultra.
HM – Pensando em logística, como vocês têm trabalhado, até mesmo junto aos órgãos públicos, para proporcionar um sistema mais confortável para o público?
É de interesse de todos entregar uma experiência segura e confortável para o público. A prefeitura está a 20 metros do festival, ela não quer ter nenhum vínculo com uma experiência negativa. Temos relação e o apoio de todos os órgãos públicos e estamos trabalhando fortemente em uma série de protocolos de segurança para entregar o melhor para o nosso cliente.
Prefeitura de São Paulo no Vale do Anhangabaú – Foto: divulgação
HM – Tem alguma curiosidade sobre essa edição do Ultra no Brasil que vocês queiram compartilhar conosco?
O único fato curioso que eu posso dizer é que não existe um festival de música eletrônica que aconteça no centro de uma capital como a nossa. Eu sei que é difícil imaginar, mas, o que as pessoas irão viver ali vai ser inesquecível.
HM – Qual a expectativa de vocês para os dias 21 e 22 de abril e o que o público pode esperar?
Como eu disse, nascemos para entregar felicidade para as pessoas. Então, esperamos que as pessoas tenham momentos de muita alegria e felicidade. O público pode esperar um festival feito com muito carinho e zelo. E, claro, muito som bom, comida boa, bebida boa e celebração.
HM – Para quem ainda não comprou o ingresso, fale três motivos para não perder o retorno do Ultra ao Brasil.
1 – Os headliners estão preparando uma performance especial;
2 – Viver um festival de música no centro é singular, nunca aconteceu, vai ser épico;
3 – O preço para viver tudo isso é menor do que ver um show único em qualquer outro lugar, é só comparar.
Ainda dá tempo de garantir o seu ingresso para a 7ª edição do Ultra Brasil. Saiba mais aqui!