Por redação
Foto de abertura: divulgação
Nós do Anhanguera que estamos há tanto tempo na estrada tivemos a sorte de descobrir Underworld logo que “Born Slippy” foi lançada na década de 90s. Naquela época já éramos DJ e aguardávamos ansiosamente o fim da festa para ouvir ou tocar essa faixa. Sim, na época, não havia ainda festas voltadas ao eletrônico no interior de São Paulo, com exceção de algumas raves esporádicas. Então era comum na mesma noite, a gente ouvir dance, axé e Underworld. O BPM era diferente de tudo, mas isso não era um problema, claramente a intro de “Born Slippy” não foi criada para ser mixada.
Underworld tocou agora em maio no C6 Fest e simplesmente foi de arrepiar ouvir “Born Slipp” ao vivo, faixa que também ficou conhecida por ser trilha do filme Trainspotting. Outra música do duo inglês que nos marcou foi “Two Months Off”. O remix de John Ciafone já é um clássico da house music com mais de 20 anos embalando pistas ao redor do globo.
E o que dizer de Kraftwerk, os pioneiros da música eletrônica? Muitos críticos musicais os consideram tão influentes quanto, ou até mais que os Beatles por sua participação na música popular da segunda metade do século XX e as técnicas introduzidas e os equipamentos desenvolvidos pelo Kraftwerk são lugar-comum na dance music atual. Samples de suas músicas podem ser identificados em faixas do hip hop ao pop, de New Order a Beck. É realmente incrível o impacto de Kraftwerk na música atual, muito além do eletrônico.
Outra atração do C6 Fest, o show do Karftwerk tradicionalmente conta com um apoio visual que completa a experiência eletrônica retro, explorando o tema de suas músicas (a cidade e a modernidade) através de imagens minimalistas que remetem a uma estética alemã, bastante influenciada pela Gestalt. O destaque do show e também uma das nossas preferidas do quarteto alemão é “Trans Europe Express”. Apresentada ao vivo em versão mais contemporânea com beat que remete aos clássicos do acid house.
Outro ponto marcante dos anos 80s de Kraftwerk e que o grupo apresentou uma nova roupagem na versão ao vivo foi “Das Model”. Impossível não achar que artistas que se consagraram na década de 80s como Giorgio Moroder e Depeche Mode não beberam dessa fonte.