Por Laura Stetner
Foto de abertura: divulgação
As músicas sensíveis e emocionantes de YOLA o colocaram no radar de produtores brasileiros para ficar de olho. A personalidade sonora do DJ e produtor paulista é voltada para músicas mais calmas, com características que se misturam entre o eletrônico e o orgânico, e já foi reconhecido inclusive por Dixon.
Desta vez, YOLA nos contempla com um single, seguindo suas origens no ambient/downtempo, vindo por nada menos que a Kindisch, braço da gigante alemã Get Physical. A faixa “Uh, I Know” oferece melodias lúdicas e meditativas, e seu clipe não fica para trás, ambientando a dança a um mundo que se mescla entre o real e o sonho.
As gravações aconteceram na ARCA e outros espaços por São Paulo, e quem ficou responsável por dirigir esse filme foi Eduardo Auricchio, amigo de infância de YOLA, enquanto quem dançou lindamente foi Sthéphanie Mascara. Nós trocamos algumas figurinhas com Eduardo para saber mais dessa relação de amizade e parceria entre essas duas mentes criativas!
HM – Edu, você e YOLA se conhecem desde criança, certo? Como surgiu o convite? Como essa conexão ajudou no trabalho de vocês?
Sim eu o YOLA nos conhecemos há bastante tempo. Passamos praticamente toda infância e adolescência juntos. Inclusive o convite veio através do Fabio Ayrosa, amigo em comum de longa data também. Trabalhar entre amigos é sempre mais fácil e prazeroso, a energia criativa flui melhor.
HM – Notamos o uso de cores lisas, como preto, branco, amarelo e azul. Pode nos contar um pouco sobre o cuidado dessa escolha?
Quando me convidaram, o YOLA já havia feito um primeiro tratamento de referências e cores que gostaria no clipe. Pensamos em ser bem objetivos e simples na escolha das cores do figurino, de forma que contrastasse com as cores das locações para ajudar na fotografia e na coreografia do filme. O destaque está para o pano amarelo como elemento cênico que permeia toda narrativa.
HM – Que ficou muito lindo e sensível é um fato, mas planejaram algo que não aconteceu? Qual era a ideia inicial do clipe? Que ideias mudaram durante o desenvolvimento do filme?
Quando juntam pessoas talentosas com vontade de fazer acontecer tudo fica mais fácil. O planejamento foi bem assertivo, tivemos o tempo justo e necessário para cumprir as etapas de pré-produção. Não tivemos nenhuma mudança significativa na estrutura do clipe e o timing foi perfeito.
HM – Conte um pouco mais sobre a parte técnica do filme, os equipamentos que vocês usaram e o porquê da escolha deles, como foi a pós-produção?
Como fizemos o clipe de maneira colaborativa, não tivemos muitas opções na escolha de equipamentos e mão de obra. Gravamos com o meu setup de câmera, uma Blackmagic Pocket 6K e lentes Canon EF com filtros ND e difusores. Utilizamos três linguagens de movimento de câmera, câmera na mão, tripé e gimbal estabilizador. Em relação a luz, trabalhamos com um único refletor, Aperture 300, uma luz versátil e que cabia no nosso orçamento. Já a pós-produção o que mais deu trabalho foi o color grading, o Vinicius Cassiano contribuiu bastante para o resultado final da imagem.
HM – Qual foi o maior desafio desse projeto?
O maior desafio sem dúvidas foi o tempo. Quando iniciamos o processo criativo, tínhamos praticamente 20 dias corridos para executar todo o projeto. Fizemos da maneira como as agendas nos permitiram, afinal, todos temos outros trabalhos e projetos em paralelo. Mas o universo conspirou e fez com que todas as pessoas envolvidas, o tempo e as locações estivessem disponíveis naquele momento. Inclusive, um fato muito interessante na gravação da última cena do clipe, começou a chover granizo, fizemos o take correndo para não danificar os equipamentos e o que de fato deu um charme para essa cena.
“Uh, I Know”, além do clipe no YouTube, também está disponível nas principais plataformas digitais.