Por Nazen Carneiro
Foto de abertura: divulgação
Este ano Rodrigo Vieira completa 41 anos de carreira como DJ. Desde 1982 nas pistas, fez desta a sua vida e colecionando grandes momentos na indústria da música.
O Vieira, como é chamado nos bastidores, trabalhou muitos anos em gravadoras multinacionais, inclusive, na Sony, responsável de fato por sua mudança para Miami já há algum tempo. Nos Estados Unidos, Rodrigo Vieira viajou em tour com Michael Jackson – o rei do pop – Beyoncè, Bruce Springsteen, Fugees, Aerosmith, Gloria Estefan e Mariah Carey, apenas para citar alguns. Viu e participou ativamente da época de ouro das gravadoras, quando os discos físicos eram o meio principal de acesso à música, mas, também, viu sua crise com a pirataria e posterior perda de espaço para os formatos digitais. Vieira esteve junto dos primeiros acordos digitais das gravadoras. Estabeleceu uma nova divisão de música eletrônica na Sony, mixava discos da Ministry of Sound para a Universal Music e a própria Defected iniciou sua presença na América Latina com Rodrigo Vieira.
Uma verdadeira ponte no mercados global nos bastidores, como DJ não é diferente. De Tailândia a Japão, diversos países da Europa e, claro, nos Estados Unidos, Rodrigo Vieira tem na conta Rock in Rio, Coachella, Ultra Music Festival em Miami – onde toca há quinze anos – e também no Brasil, onde se apresentou em todas as edições. Residente do Green Valley, eleito cinco vezes o melhor clube do mundo pela britânica DJ Mag, viajou cinco países em tour com a marca.
É uma história bem rica, como se vê, e o acúmulo musical do artista é gigantesco, algo que irá mostrar mais uma vez no Ultra Brasil na sexta-feira, 21, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A apresentação integra a tour do artista pelo país, passando pelo Club Stereo, em Brasilia; Netuno Club, em Anápolis; Café Hotel, em São Paulo; e Green Valley, em Camboriú.
Para saber mais desta história, Nazen Carneiro bateu um papo com Rodrigo Vieira sobre sua carreira, novidades, sua história com o Ultra Music Festival, parcerias e muito mais.
Mas, antes, vamos de música com esse set do artista gravado no UMF!
HM – Antes de mais nada, obrigado por tirar um tempo da sua agenda para bater um papo com a gente. Este ano, novamente você foi um dos brasileiros a tocar no Ultra Music Festival, em Miami, este que é um dos principais eventos do mundo. Se para o público é emocionante, imagino para você. Compartilhe conosco um pouco desta experiência por gentileza.
Obrigado a vocês, a House Mag é um ícone e é um prazer estar aqui. Pô! São tantos anos que eu toco no Ultra. É uma relação muito antiga e isso fez com que me aproximasse dos donos. Fico muito feliz com o crescimento dessa marca, tanto em Miami como no mundo. Esse ano eu fiz um set de house, daquele bem gostoso, bem suave no palco Oasis. Só de estar ali, naquele visual, no meio dos prédios, cheio de gente, várias pistas. É muito legal. E no Brasil, agora no Vale do Anhangabaú, eu penso que é o único Ultra fora de Miami que também é assim, com essa vibe urbana.
HM – Isso vai ser demais, hein? Agora conta pra gente as gigs entre um Ultra e outro. Você tocou em um dos maiores eventos esportivos do mundo recentemente, como foi?
Ah sim! Verdade! Esse ano eu recebi uma missão muito legal: Fui o responsável por todo o som do Miami Open, um dos maiores torneios de tênis do mundo. Depois ainda fiz uma festa que eu faço há 20 anos que chama-se We Love Brasil, com o Leandro da Silva, um brasileiro-italiano que está estourado aqui e ainda toquei num afterparty do Anjunadeep que foi demais [rs].
HM – Nada mal. Agora, prestes a embarcar para sua tour no Brasil, qual a expectativa?
Das melhores [rs]. Além de tocar em casa – no Green Valley – conheço todos os locais da tour, ou seja, voltar é sempre demais. Retornar ao meu país e ainda tocar no retorno do Ultra ao país é muito icônico, mas todas as gigs da tour tem um carinho envolvido, o que é muito especial.
HM – Por falar em carinho: você tem aquela track da vida?
Não. Eu curto muito a influência do disco, dos anos 1980 com o nascimento da house music. Não poderia escolher uma obra apenas, mas nessa linha eu curto muito. Eu gosto dessa onda mais progressiva mas sou um cara eclético.
HM – O que podemos esperar de você em um futuro próximo?
Estou muito empolgado em voltar para o estúdio e produzir. Já tenho várias tracks prontas e estou ansioso para compartilhar!
HM – O insight mais profundo que você teve desde que começou esta carreira?
Eu vi a indústria mudar muito do formato físico para o digital. Nada é para sempre e devemos estar prontos para o novo.
HM – O que te faz se apaixonar pela música?
O amor dos meus pais pela música.
HM – Como começou esta história com o Rod B.?
A gente já se conhecia e se indicava para os line ups por aí. A gente sempre se deu bem, tem uma sintonia muito forte e quando eu voltei para Miami a coisa fluiu, fizemos festas juntos e a gente toca junto direto. Colaboramos no Rio Music Conference e fizemos uma festa para o Beatport no Brasil. É um grande parceiro e um prazer estar junto dessa ‘figurassa’ da indústria, toca muito. É desafiador.
HM – O que o público pode esperar da apresentação de vocês no Ultra Brasil?
No Brasil vamos tocar no mainstage. Vamos aproveitar para fazer um set autoral e mostrar pro pessoal o som que estamos trabalhando! Nos vemos na pista!